Em temporada de bate-boca entre ex-presidentes da República, o evento em
comemoração aos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) deu a
Lula o microfone para mais um discurso. Só que, desta vez, o
ex-presidente petista se deu ao luxo de buscar inspiração nos Estados
Unidos. Antes, avisou: “Essa gente nunca quis que eu ganhasse as
eleições. Nunca quis que a Dilma ganhasse as eleições. Aliás, essa gente
não gosta de gente progressista”. O ataque era à mídia. Lula não citou
os veículos. Preferiu ir mais longe. Foi buscar Abraham Lincoln,
presidente norte-americano.
Brincando com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, dizendo que anda lendo muito, Lula revelou ter lido a biografia de Lincoln. “Fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860. Igualzinho bate em mim. E o coitado não tinha computador. Ele ia para o telégrafo esperando tic tic tic. Nós aqui podemos xingar o outro em tempo real. Quantos já estão tuitando aí?” É, pois é. Se Lula foi aos Estados Unidos buscar inspiração, ele e os demais ex-presidentes deveriam prestar atenção no exemplo que os de lá dão. Eles mantêm a liturgia do cargo, mesmo quando já deixaram o poder. Não ficam batendo boca pela imprensa, dando pitaco no governo do atual presidente, não fazem provocações. Pelo contrário, fazem questão de estar juntos em solenidades que envolvam o sentimento americano. Por exemplo, o 11 de Setembro.
Na Inglaterra, no sistema parlamentarista, é a mesma coisa. Conservadores e trabalhistas se enfrentam no discurso. Um fala, ataca. O outro escuta, depois fala, contra-ataca. Tudo isso sem manchar a liturgia de quem está ou já esteve no poder.
O Brasil vem assistindo nos últimos dias a um festival de discursos presidenciais de quem já deixou o Palácio do Planalto e está fazendo campanha eleitoral. O problema é que o palanque não os mostra, cada um a seu modo, com a elegância de quem já entrou para a história. E a mídia, o que faz? Mostra com destaque a política subdesenvolvida do atraso.
Brincando com o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, dizendo que anda lendo muito, Lula revelou ter lido a biografia de Lincoln. “Fiquei impressionado como a imprensa batia no Lincoln em 1860. Igualzinho bate em mim. E o coitado não tinha computador. Ele ia para o telégrafo esperando tic tic tic. Nós aqui podemos xingar o outro em tempo real. Quantos já estão tuitando aí?” É, pois é. Se Lula foi aos Estados Unidos buscar inspiração, ele e os demais ex-presidentes deveriam prestar atenção no exemplo que os de lá dão. Eles mantêm a liturgia do cargo, mesmo quando já deixaram o poder. Não ficam batendo boca pela imprensa, dando pitaco no governo do atual presidente, não fazem provocações. Pelo contrário, fazem questão de estar juntos em solenidades que envolvam o sentimento americano. Por exemplo, o 11 de Setembro.
Na Inglaterra, no sistema parlamentarista, é a mesma coisa. Conservadores e trabalhistas se enfrentam no discurso. Um fala, ataca. O outro escuta, depois fala, contra-ataca. Tudo isso sem manchar a liturgia de quem está ou já esteve no poder.
O Brasil vem assistindo nos últimos dias a um festival de discursos presidenciais de quem já deixou o Palácio do Planalto e está fazendo campanha eleitoral. O problema é que o palanque não os mostra, cada um a seu modo, com a elegância de quem já entrou para a história. E a mídia, o que faz? Mostra com destaque a política subdesenvolvida do atraso.