Acabo de assistir uma matéria no Jornal Hoje, da TV Globo, que me deixou indignado. A PM do Paraná entrou na casa de um jovem e prendeu sua moto porque estava com impostos atrasados.
Ao ver uma blitz na rua o rapaz deu meia-volta e foi pra casa. A “poliça” numa pratica típica e questionável anotou a placa e foi buscar a moto na casa de Diego Goesi, de 24 anos. Será que a polícia foi buscar somente a moto? Ora, se o motorista da moto não foi preso em flagrante, por que ir até a casa do jovem para prender o veículo sem nenhuma ordem judicial? E mais, esperou o jovem ir buscar sua moto no batalhão para dar voz de prisão a ele porque não gostou da opinião do rapaz colocada em seu Face book sobre o modus-operandi da ação polícial. Disse que foi desacato. Desacato é o cacete! Isso tudo sem nenhum amparo legal. Não foi o garoto que fez a justiça com seu mouse, mas sim a polícia de Apucarana que passou por cima da lei, numa atitude 100% fascista. o modus esperniandis é um direito do cidadão.
O relações públicas da PM do Paraná, Sgtº Daniel de Souza (foto), perdeu uma boa hora de ficar calado. O bobão ainda faz juízo de valor, sobre como alguém deve se portar diante de um computador. É claro que ninguém serve ao semelhante e à comunidade se for ignorante ou incompetente. Ninguém presta apoio, auxílio, presença aliada à justiça, à ordem e à harmonia, se não estiver bem preparado para seu desempenho profissional. O Sgtº Daniel ficou mal na foto e levou com ele seus superiores.
É sabido por todos nós que a polícia do Paraná está sempre aparecendo nessas histórias mal contadas. Por exemplo, quem não se lembra, recentemente, de que por meio de fotografias numa propriedade rural onde houve a apreensão de um caminhão carregado com maconha e agrotóxicos, a reportagem de O Paraná trouxe a denúncia de suspeita de ligação entre policiais do BPFron com traficantes.
O grupo de policiais envolvidos na operação do BPFron aparece realizando a apreensão da carga. Em boletim, a polícia informou que o veículo GM/Meriva fugiu da propriedade. No entanto, ele aparece (em fotos!) ao lado da carreta Scânia apreendida com as mercadorias. Em seguida, o motorista da carga apreendida deixa a área no Meriva com o suposto traficante e outros dois ocupantes não identificados. Em nenhum momento há movimentação dos policiais para impedir a suposta fuga. O comandante-geral da Polícia Militar, Roberson Bondaruk continua de bico calado sobre o assunto.
Pesquisa do Ministério da Justiça revela que 61% dos policiais militares dizem que há vista grossa a desvios de conduta dentro da corporação. Seis em cada dez PMs entrevistados afirmam que colegas fazem “vista grossa” a casos de desonestidade cometidos por agentes da corporação. Em Curitiba, esse índice chega a 67%, segundo reportagem do jornal A GAZETA DO POVO. O levantamento traz ainda um mapa da corrupção policial, com o Paraná na 7.ª colocação em número de vítimas de extorsão – à frente de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. No mês passado, nove policiais civis e oito policiais militares paranaenses foram presos acusados justamente de corrupção nas operações Vortex e Fractal. Portanto, repito, a história está mal contada. São inúmeros os casos de bandalha e corrupção da PM do Paraná, basta uma rápida busca no Google. Seria essa mais uma?
Se a moto não está com os impostos em dia, cabe a Dívida Ativa, cobrar esses tributos – não a polícia. Outra curiosidade: a conversa gravada da mãe com o jornalista por telefone, foi autorizada por um juiz?
Finalmente eu me pergunto: Como é que os meus colegas de imprensa podem desviar tanto do foco de uma matéria de simples entendimento?
Obs.: Não vou julgar a razão que levou a mãe de Diego aplaudir a polícia, mas lembro, respeitosamente a senhora, que roupa suja se lava em casa. Seu filho já está sendo exposto de forma negativa, ao vivo e cores em cadeia nacional e você ainda acha que foi bem feito? Relembre suas palavras gravadas tipo "Big Brother":
*Texto também publicado no meu Face book - Eduardo Homem de Carvalho