A relatora da CPMI da violência contra a mulher, Senadora Ana Rita (PT-ES), deu prazo até esta sexta-feira para que os dados de Minas sobre o atendimento às mulheres vítimas de violência cheguem a Brasília. A chamada, que está sendo feita em todos os estados, vale, pelo momento, para o Executivo, o Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública de Minas. Cerca de 4 mil mulheres são assassinadas anualmente no Brasil, informou Ana Rita, em audiência pública, na Assembleia de Minas Gerais. A desembargadora do Tribunal de Justiça de Minas, Heloísa de Ruiz Combat, dá as estatísticas: em Minas há 58 mil processos sobre o problema em andamento nas 295 comarcas. Até agosto, o TJ deverá instalar a 3ª Vara Especializada em Violência Doméstica.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Nacionalismo é o cacete
Samuel Johnson, crítico literário inglês, disse certa vez que o patriotismo é o último refúgio dos idiotas. No contexto da expansão imperialista dos europeus, refletia uma confiança inabalável num mundo cosmopolita, em que fronteiras nacionais seriam diluídas pela ação da economia, que dava seus primeiros impulsos globalizantes.
Até bem pouco tempo, com os ventos soprando fortemente nas velas do liberalismo triunfante, a frase ganhava a boca e escritos de cristãos velhos e novos do fundamentalismo liberal. O patriotismo original foi substituído por nacionalismo e tudo aquilo que cheirasse ao protecionismo.
Mas a história é cruel. Com contornos diversos, nacionalismo, patriotismo e protecionismo voltam revigorados ao cenário mundial. Na França, o velho patriotismo assume a sua faceta xenófoba pelas mãos de Marine Le Pen. O protecionismo econômico, que jamais deixou a agricultura do primeiro mundo, ressurge forte nas políticas industriais americanas e em países da velha Europa. O nacionalismo entra em cartaz na Argentina com o velho filme das Malvinas e logo reaparece na nacionalização da YPF. Los hermanos perceberam tardiamente o papel indutor que empresas de energia e do porte de uma Petrobras podem ter economias em desenvolvimento. De quebra, Evo Morales promulgou ontem um decreto nacionalizando a empresa Transportadora de Eletricidade S.A., gerida pela filial do grupo Rede Elétrica Espanhola.
Aqui no Brasil, onde o nacionalismo só chega pelas mãos do selecionado nacional, a discussão sobre as recentes medidas de política industrial já se esgotou. Todo o debate que se ensaiou a respeito do pior momento da indústria “nativa”, melhor dizendo, aqui instalada, já se esvaiu. Temas “mais importantes” como o mensalão e, especialmente, a CPI do Cachoeira são focos da atenção máxima de todo o parlamento, que demonstra a sua total incapacidade de atuar em questões que são caras ao futuro da economia e da sociedade. O mundo mudou, o país também, mas nossos idiotas continuam os mesmos. Nem de refúgio mudam...
Rolos e escândalos
Neste mar de lama em que se tornou o mundo político brasileiro, o que mais ocorre é o troca-troca de escândalos. No presente momento, usam o caso da ‘propina bicheira’ para manter o julgamento do mensalão em banho-maria. E o povo engolindo goela abaixo sapos e outros bichos. O STF não demonstra qualquer vontade de tirar o mensalão da prateleira e a cachoeira de lama continua encobrindo falcatruas que nunca alcançam uma sentença definitiva. Somos os maiores criadores de escândalos do mundo. Qual será o próximo? Por outro lado, os índices de popularidade da presidente podem até ultrapassar os 100%. E dá-lhe imposto para pagar os rombos.
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