O Ministério Público Federal quer saber o que a população pensa sobre sua atuação e em quais áreas ela gostaria de ver seus procuradores atuando. A instituição vai fazer pela primeira vez uma consulta pública em 21 capitais do Brasil com cidadãos e representantes da sociedade civil, entidades públicas e privadas e de organizações não-governamentais. Em Belo Horizonte, por exemplo, ela vai ocorrer dia 23, no auditório da Procuradoria da República em Minas Gerais, mas quem quiser pode participar pela internet.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Do além
Uma das melhores definições da CPI do Cachoeira é de que a comissão não é do submundo, nem é deste mundo. É do outro mundo. Parlamentares experientes avaliam que ela vai além da máxima de que CPI sabe-se como começa, não como termina. Ela pode ser muito maior em termos de políticos de grosso calibre envolvidos do que o próprio mensalão. Como diz um deputado da oposição, “depois do Demóstenes (senador Demóstenes Torres), não ponho a mão no fogo por mais ninguém”.
CPI a todo vapor
De um lado, um líder governista: “Está muito visceral. O que chega com muito ódio não costuma dar certo”. De outro, um cacique da oposição: “Está uma loucura isso aqui, é uma irresponsabilidade, você não tem ideia”. Como os dois lados parecem ter razão, vamos às armas, senhores. A estratégia do governo – se é que é mesmo o governo, já que o Palácio do Planalto ainda não digeriu completamente a ideia da CPI, mas sabe que não tem como voltar atrás a esta altura do campeonato – é, em primeiro lugar, conduzir a comissão de forma que a crise forme a ideia de necessidade de financiamento público de campanha. Essa é a parte santa. A outra é caracterizar que houve relação da revista Veja com o crime organizado e estabelecer punições para órgãos de imprensa que o PT julgar que tenha se aliado ao crime organizado. Pode?
Do outro lado, também está a revista Veja. Só que com uma entrevista com um dos empresários ligados às empresas investigados, relatando que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, mesmo depois do escândalo do mensalão, foi contratado pela Delta três anos atrás para prestar consultoria. E que, de lá para cá, os negócios da empresa no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) duplicam a cada ano que passa. Tudo isso para tentar chegar ao caixa dois para financiar as campanhas do PT.
Como se vê, os deputados e senadores que forem escalados para a CPI do Cachoeira vão chegar com as facas entre os dentes e não vão medir esforços para conter a violência de um lado contra o outro. A CPI promete se tornar um espetáculo midiático, mas de forte conteúdo que deve mostrar o submundo da política brasileira. Não é bom sinal, o que começa errado costuma terminar errado. Na política, é certo: O que começa errado termina errado.
Desembargador Luiz Felipe Francisco faz história
Deu n`OGLOBO de hoje, na coluna do colega e amigo Ancelmo Gois
Diante de tantas injustiças, inclusive com agressões físicas aos homossexuais, um desembargador carioca faz história. Luiz Felipe Francisco (foto) uniu legalmente – como deveria ser sempre! – um casal gay. Porque ainda somos tão atrasados nesse sentido? Afinal, o que dois homens ou duas mulheres constroem merecem o mesmo respaldo diante da lei. Somos ou não seres humanos iguais diante da carta magna? Onde está o estado laico? Casal é casal independentemente da forma de união. Parabéns, doutor!
Em tempo: O menino Francisco Eller (18), o Chicão, orgulha-se de suas duas mães. A biológica, Cássia Eller (1962-2001); e a de "coração", Maria Eugênia (49), companheira da cantora por 14 anos e com quem ele mora hoje. Filho do baixista Tavinho Fialho, morto em1993 em um acidente de carro, Chicão, é grato ao desembargador Luiz Felipe Francisco por ter determinado a sua guarda à Maria Eugênia numa época em que esse tipo de assunto era proibitivo.
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