A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, resolveu enfrentar o líder peemedebista na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), e pediu ao líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), que vetasse a indicação do deputado Danilo Fortes (PMDB-CE) como relator da Medida Provisória 564, que trata de mudanças no Banco do Nordeste do Brasil. A trombada só serviu para desgastar ainda mais a ministra. Henrique Eduardo Alves bateu o pé e Fortes continuou como relator da MP. Foi briga ruim de comprar.
terça-feira, 17 de abril de 2012
Dilema
O desconforto da presidente Dilma Rousseff com a possível instalação da CPI do Cachoeira já é de conhecimento de vários caciques petistas. Mas o que fazer? Desautorizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o principal mentor da investigação sobre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e sobre o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB)? Demóstenes sempre foi um dos principais algozes do PT e do governo de Lula. E o ex-presidente não perdoa Perillo até hoje, porque ele o avisou do mensalão antes mesmo de o escândalo vir a público. O problema é que, a cada dia que passa, cresce o medo, tanto na oposição quanto na base do governo, de que prevaleça a velha máxima política: uma CPI é possível prever como começa, não como vai acabar.
Publicamente, tanto cabeças coroadas do DEM e PSDB quanto do PT defendem a instalação da CPI, por entenderem que o estrago no adversário será maior e que valerá a pena entregar alguns peões para conseguir chegar ao rei no jogo de xadrez que aos poucos vai se formando no tabuleiro. É aposta de alto risco. Democratas e tucanos acreditam que chegarão à cúpula do PT, por causa dos tentáculos das empreiteiras ligadas a Carlinhos Cachoeira, que realiza obras para o governo federal pelo país afora. Já os petistas acreditam que também governos estaduais comandados por seus adversários serão atingidos. Provavelmente, os dois lados têm razão.
Com o presidente do Senado e do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), internado em São Paulo, a instalação da CPI deve ficar nas mãos da vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP). O que vai criar uma situação inusitada. Marta não anda nada satisfeita com o ex-presidente Lula, desde que ele indicou, à sua revelia, o ex-ministro Fernando Haddad como candidato à Prefeitura de São Paulo. Marta pode se tornar uma aliada importante de Dilma, caso a presidente resolva mudar o quadro atual. Os próximos dias trarão a resposta.
Palhaçada
O Brasil realmente é um país heterogêneo: terra de praia, carnaval e futebol. Mas, na política, é um país extremamente esculhambado. Basta ver a empolgação dos deputados de merda quanto à presença dos jogadores do Santos, em particular Neymar e Ganso, que foram ao plenário da Câmara dos Deputados em Brasília recentemente para participar de sessão solene em homenagem aos 100 anos do clube da Baixada santista. Durante a cerimônia, funcionários e parlamentares disputavam autógrafos da dupla.
O presidente da casa, Marco Maia, até bateu uma bolinha com o Neymar. Enquanto milhões de brasileiros trabalham, pagam seus impostos e penam para manter uma família, vemos em Brasília um disparate de palhaçadas. Um momento de diversão daqueles que lá estão para governar o país. Nada contra o Santos nem contra Neymar (que é um grande craque), mas sim contra o plenário servir de palco para shows enquanto os problemas do país estouram por aí.
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