Pelo jeito, a presidente Dilma Rousseff terá que capitular em relação à votação do projeto do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, nem que seja obrigada a vetar parte do texto quando ele chegar às suas mãos para a sanção. É que ela garantiu ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, que cumpriria os acordos firmados com a entidade, inclusive a liberação da venda de bebidas. O problema é que, do jeito que a Lei Geral da Copa está, pode ser necessário que 13 estados-sedes sejam obrigados a aprovar leis estaduais. É confusão na certa.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Crise é o cassete
Crise política? Que crise política? Na reunião de ontem com um grupo de 28 empresários pesos-pesados da economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff simplesmente ignorou o turbilhão que atinge a sua base de sustentação no Congresso. Nada de Lei Geral da Copa, muito menos de Código Florestal. Dilma está preocupada em defender a indústria nacional do protecionismo que virou febre nos Estados Unidos e na União Europeia, cujas economias entraram em parafuso nos últimos tempos. Rebelião de deputados e senadores? Nada disso. Mais importante para a presidente é deixar claro que vai defender, não proteger as empresas brasileiras. É recado que serve também para o público externo. Dilma faz questão de dizer que não vai repetir o que condena nos outros países. Enquanto a presidente se encontrava com os empresários, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP), em sonho de noite de verão, dizia que a base aliada ao Palácio do Planalto “não pode colocar a faca no pescoço do governo” e condicionar a aprovação da Lei da Copa à votação do Código Florestal. Tanto pode, como fez isso, impondo derrotas importantes ao governo nesta semana. E mais, não basta. Os rebelados querem ter suas reivindicações atendidas, querem liberação de emendas parlamentares ao Orçamento da União deste ano e de restos a pagar. Querem que o Diário Oficial da União volte a publicar a nomeação de seus apaniguados nos cargos de segundo e terceiro escalões e, principalmente, nas estatais.
É essa a situação brasileira. Com os empresários, a presidente Dilma discute o mundo real, os riscos que corre a economia. Já os políticos vivem no mundo da fantasia, fingem que nada está acontecendo e tentam impor sua vontade à força. É essa a diferença.
Sangria desatada
A queda de 2,1% da produção industrial em janeiro em relação a dezembro é consequência da importação de equipamentos e estruturas, principalmente da China. Nossas grandes empresas mineradoras, siderúrgicas e exploradoras de petróleo optaram por importar a preços baixos, matando a indústria nacional. Assim, cria-se emprego para estrangeiros e nós acabamos recebendo equipamentos de péssima qualidade, que são recuperados no Brasil. As empresas estão passando projetos e conhecimento para os chineses. Hoje não há interesse em fornecer equipamentos que não agregam tecnologia, pois o interesse principal é absorvê-la de graça. Para completar o quadro de extermínio da indústria nacional, há as aplicações em bolsas, com a reciprocidade de importação dos equipamentos.
Assinar:
Postagens (Atom)