É uma surpresa. Ao contrário do que o meio político espera, tudo indica que a presidente Dilma Rousseff não fará uma reforma do ministério com várias canetadas ao mesmo tempo. Ela pretende fazer as mudanças aos poucos, a conta-gotas. Vai, por exemplo, colocar o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, no lugar de Fernando Haddad, na Educação, e alguém de sua confiança na vaga de Mercadante. E volta a deixar para depois outras mudanças que quer fazer.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
É blindando que se recebe
Eu quero que meu olho direito fique vermelho se eu estiver mentindo! |
Foi a crônica da blindagem anunciada. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, (aquele que desviou cerca de 26 milhões para Pernambuco, cujo governador é o presidente do seu partido o PSB!) pouco foi atacado no depoimento de horas que prestou na Comissão Representativa do Congresso. Era previsível. O governo correu para que ele desse suas explicações aproveitando o recesso parlamentar. Assim, com a Casa esvaziada, o resultado não poderia ser diferente. O depoimento acabou virando palanque para Bezerra reclamar que as denúncias de irregularidades e de nepotismo que sofreu tinham, na verdade, o PSB, seu partido, como alvo. Só faltou dizer que é vítima de ações de petistas interessados em assumir o posto, já que a Integração Nacional é uma das pastas mais cobiçadas da Esplanada, por causa dos fartos recursos para obras.
Não foi à toa que o líder do PT no Senado, Humberto Costa, que também é de Pernambuco, saiu em defesa do conterrâneo. Só que mudou o motivo. Para Costa, Bezerra tem sido vítima “pelo fato de ser nordestino”. Só faltava essa. Na briga política, não há espaço para esse tipo de preconceito. O que move os alimentadores de acusações contra o ministro é o interesse pelo seu ministério. Se fosse um político do Rio Grande do Sul no cargo e estivesse na mesma situação, será que Humberto Costa iria dizer que ele era “vítima por ser gaúcho”?
Partiu do Palácio do Planalto a ordem para que a base governista blindasse o ministro durante o seu depoimento. A presidente Dilma Rousseff sabe que não pode se arriscar a melindrar o PSB, que cresceu muito nas últimas eleições e é forte em estados importantes. Afinal, os socialistas transitam bem tanto com os petistas quanto com os tucanos. E 2014 promete uma disputa mais acirrada do que a de 2010. Não dá para correr o risco de perder um aliado tão importante, com influência em outros estados do Nordeste. Portanto, não são os ataques que visaram os nordestinos. Foi a defesa que mirou nos nordestinos, nos votos dos nordestinos.
Propaganda do governo é o cacete!
Para que o Estado precisa de anúncios publicitários? Propaganda é para vender algum produto. A administraçao pública vende o que? A imagem do Estado omisso? A única obra dele foi dobrar o valor os impostos que pagamos. O contribuinte deve se lembrar, ou então tem memória curta. Esses recursos milionários gastos na mídia em horários nobres poderiam ser mais bem aplicados para minimizar o sofrimento das vítimas das enchentes que perderam tudo. Também poderiam ser destinados a obras de infraestrutura a fim de mitigar riscos nas próximas temporadas de chuvas. O Estado do RJ, por exemplo está abandonada. Pobre Cidade Maravilhosa... Nossos vereadores são gananciosos e inúteis. Infelizes munícepes! Para acabar de revoltar a população, os ausentes vereadores aumentaram seus salários na virada do ano. Os desabrigados pelas previsíveis enchentes que esperem pelo Dia da Feijoada.
Saidinha de banco
O crime da "saidinha do banco" poderia ser evitado se os banqueiros tivessem um mínimo de respeito àqueles que depositam seu dinheiro em conta corrente, e fazem deles a classe dominante no Brasil. Sugiro que os deputados estaduais ou federais copiem o projeto implantado em Patos de Minas/MG desde 2009.
Há uma lei que prevê a instalação de biombos nos caixas e câmeras de monitoramento que giram 360º nas portas dos bancos. Os idosos (aqui em Copacabana a população é predominantemente idosa!), principalmente, verão a chance de serem assaltados diminuir consideravelmente porque o assaltante não saberá se o cidadão foi apenas pagar uma conta ou sacar alguma quantia. O ladrão teria que assaltar todos dentro da agência para, aí sim, descobrir a melhor vítima. A câmera de segurança seria fundamental para identificar o criminoso. Será que os deputados não podem fazer nada pela população? Se os banqueiros, que ganham tão pouco, não têm essa decência, pelo menos os parlamentares poderiam obrigá-los a ter, por meio de leis.
Ainda sobre Jáder Barbalho
Há muito não temos ouvido nenhum elogio aos nossos parlamentares. O que temos visto são comportamentos inadequados, esses sim, aos montes. Um político, mais corajoso, dá banana para o povo, afirmando estar se lixando para ele. Agora, com permissão do Supremo Tribunal Federal, volta um ficha-suja. É aí que fica a prova insofismável do caráter deles: esse parlamentar volta a ocupar uma cadeira que já estava suja por ele mesmo, e ainda leva um filho de nove anos para fazer caretas que, indiretamente, foram direcionadas para a população, que acompanhava os noticiários.
O menino provou que, quando mais velho, terá aprendido tudo que o povo não almeja: fichas-sujas vitalícios. Podemos buscar uma solução caseira e até exportá-la. Se os mosquitos da dengue não são molestados pelos parlamentares, por que não inverter os ataques desses insetos, ou seja, jogá-los contra os que deveriam cuidar de seu controle?
Brinquedo assassino para a juíza
Uma explosão ocorrida no fórum de Rio Claro/SP ontem, 12, deixou dois funcionários feridos.
Às 13h30 foi entregue pessoalmente no fórum uma encomenda dirigida à diretora, juíza Cynthia Andraus Carretta. Os funcionários do Poder Judiciário local abriram a embalagem para encaminhamento à destinatária. No pacote havia um brinquedo eletrônico que, ao ser acionado, explodiu.
Dos dois funcionários feridos – que não correm risco de morte – um deles foi submetido a cirurgia e o outro já está em sua residência. O artefato é objeto de perícia.
Fórum de Rio Claro |
Conforme nota oficial do TJ/SP, a presidência informa que dará "toda a assistência" aos servidores feridos, "bem como a segurança necessária à magistrada e ao prédio do fórum de Rio Claro".
Os trabalhos e prazos no fórum estão suspensos hoje, 13.
A polícia cerca o Fórum |
Alguma coisa tá errada! Nem bem 2012 começou e o Judiciário nacional é alvo de ataques. Primeiro, um incêndio criminoso no fórum de Nova Serrana/MG, no dia 2. No dia 4, um atentado contra familiares de uma magistrada do Ceará. Agora, a explosão de uma bomba em Rio Claro.A revolta tá grande...
O espantoso silêncio sobre Nem
Por João Bosco Leal, jornalista, reg. MTE nº 1019/MS
Dois meses atrás a imprensa brasileira divulgou, com muitas manchetes, a prisão do traficante Antonio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, ocorrida em 10 de Novembro de 2011.
Quando tentava fugir do cerco policial à Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde era o chefe do tráfico de drogas, o carro onde o traficante era transportado foi interceptado e os dois homens que estavam no veículo se negaram a abrir o porta-malas do mesmo, onde estava Nem.
De acordo com as declarações dos policiais, os dois se apresentaram como um funcionário da embaixada do Congo e um advogado e que, diante na negativa em abrir o parta-malas, teriam decidido escoltá-los até uma delegacia.
Durante o trajeto, porém, os ocupantes do carro pararam na região da Lagoa e propuseram pagar entre R$ 20 e 30 mil reais para que os policiais os deixassem ir embora. Com a recusa, a proposta chegou a R$ 1 milhão de reais.
A Polícia Federal foi chamada, o porta-malas aberto, o traficante detido e com o apoio da Coordenadoria dos Recursos Especiais (Core) na ação, levado em comboio para a sede da Polícia Federal na Zona Portuária do Rio.
Tamanho aparato policial, a enorme divulgação e a posterior entrevista coletiva dada pelo secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, determinava a importância da prisão.
Declarações de que a espinha dorsal do tráfico havia sido quebrada, que o maior traficante do Rio estava preso e a importância de sua prisão para se chegar outras centenas de nomes envolvidas com o tráfico foram dadas para todos os veículos de comunicação.
Após sua prisão e também de sua mulher, Danúbia de Souza Rangel, ocorrida quinze dias depois, soube-se que o traficante movimentava R$ 100 milhões por mês e que metade desse movimento era destinado à corrupção policial.
Mesmo para o chefe do tráfico, é muito dinheiro para crermos que não existem pessoas muito mais poderosas por detrás dele, um homem com baixíssima instrução e que mesmo movimentando todo esse dinheiro, continuava vivendo na favela e usufruindo muito pouco desse volume de dinheiro, o que não condiz com o comportamento humano natural de melhorar seu padrão de vida a cada elevação nos ganhos.
Pessoas muito mais poderosas e influentes é que são os verdadeiros chefões, que dominam o mercado da droga no Rio de Janeiro e outros em outras partes do país, mas que não aparecem. Colocam os "Nem" como sendo os chefes para que estes façam o serviço sujo por eles enquanto isso lhes interessar. Quando contrariados, esses chefões simplesmente "eliminam" o chefe, substituindo-o por outro que siga suas regras.
Em uma roda de amigos no fim do ano, um médico, analisando o poder e a influência das pessoas envolvidas tanto no tráfico como no consumo, lembrou de como um assunto dessa magnitude já estava totalmente abafado menos de dois meses depois, sem mais nenhum tipo de comentário por qualquer veículo de comunicação da imprensa brasileira.
Nem as declarações dadas pelo Secretário de Segurança Pública, de que agora saberiam mais sobre o tráfico, tiveram continuidade na imprensa. O que Nem disse? O que foi descoberto? Porque o silêncio? A podridão é tão grande que a população brasileira não pode saber? Onde está a democracia e a liberdade de imprensa? Ou ela também foi corrompida?
O silêncio sobre o assunto "traficante Nem" é uma prova inconteste, de que a podridão em nosso país atingiu níveis inconfessáveis.
Assinar:
Postagens (Atom)