Será grande a pressão do chão de fábrica na Câmara dos Deputados contra o
presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS). Eles estão apavorados com a
repercussão negativa da aprovação na comissão especial do fim do teto
salarial no funcionalismo público. Os parlamentares do baixo clero acham
que é um verdadeiro suicídio político votar uma medida dessa natureza a
dois anos da eleição. Como diz um parlamentar com trânsito no comando
da Câmara, é “uma questão de sobrevivência”. O medo é das listas no
período eleitoral com a relação de quem votou a favor dos megassalários.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Desculpa esfarrapada
As trombadas do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia
(PT-RS), com o governo, embora não sejam públicas, têm motivo oculto.
Não é o que parece, por exemplo, a questão da inclusão na pauta do
projeto que fixa em 30 horas semanais a jornada de trabalho de
profissionais de enfermagem, de técnicos aos enfremeiros. Maia disse ter
acertado com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que colocaria a
proposta em votação e que Padilha não se opôs, alegando que o volume de
recursos necessários no serviço público não afetaria seriamente o
Sistema Único de Saúde (SUS). Na verdade, não é pouco dinheiro. O
cálculo do impacto é de R$ 7,2 bilhões, mas para todo o setor. Daí a
suspeita de que foi a pressão dos hospitais privados que fez o governo
“mudar” de opinião de uma hora para outra.
Alexandre
Padilha, acompanhado da ministra-chefe da Secretaria de Relações
Institucionais, Ideli Salvatti, foi obrigado a comparecer à Câmara dos
Deputados ontem de manhã para tentar apagar o incêndio. O PT se
aproveitou da fase eleitoral e da pressa dos deputados em voltar para
seus estados para pedir verificação de quórum e derrubar a sessão da
manhã. É que os nobres parlamentares marcaram presença e tomaram o
caminho do aeroporto de Brasília. O líder do PT na Casa, Arlindo
Chinaglia (SP), chegou a propor a retirada do projeto da pauta. E tomou
vaia da plateia dos profissionais da área de saúde. Mas nem precisava.
Na sessão da tarde também não houve quórum.
As ameaças de
Marco Maia de colocar projetos como esse e outros – os royalties do
petróleo, por exemplo –, no entanto, revelam outra estratégia. Ele está
apenas materializando o que quer o chão do plenário, o baixo clero. Os
deputados reclamam da não liberação das emendas individuais e dos restos
a pagar. E vão tentar pôr faca no pescoço. É que o tempo corre contra
por causa da Lei Eleitoral.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Afundaram o Fundão
Seis milhões de brasileiros almejam entrar numa universidade. Um direito constituicional ignorado pelos governos federal, estadual e muncipal. Quando entram na universidade encontram as piores condições de ensino possível, e professores desmotivados. Enquanto isso sobram verbas para obras faraônicas; reformas e construções de estádios e aeroportos; os 3 poderes da república mamam nas tetas do erário com salários milionários além de Rio+20; visita do papa; Copa das Confederações; Copa 2014 e olimpíadas em 2016 - bilhões serão gastos. Confira o vídeo abaixo e veja a quantas anda a situação do Hospital Universitário do Fundão/RJ, outrora uma referência em medicina... hoje um pesadelo.
Voto secreto é o cacete!
Como era previsto, no voto aberto, o Conselho de Ética do Senado
concordou com os argumentos do relator Humberto Costa (PT-PE) e aprovou a
recomendação de cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem
partido-GO). Depois de passar pela Comissão de Constituição e Justiça, o
processo segue para o plenário. A previsão é de que o destino de
Demóstenes seja selado em 11 de julho, em votação secreta. É esse o
ponto.
Como diria a cantora e compositora Rita Lee, como
se comportarão os nobres parlamentares no escurinho do cinema da votação
secreta em plenário? Nos bastidores, são fortes os rumores de que
Demóstenes tem feito contato com os colegas, especialmente os do baixo
clero, pedindo uma punição mais branda. Em lugar de ter o mandato
cassado, o senador goiano receberia uma suspensão de quatro meses e
depois poderia voltar à Casa e ainda tentar a reeleição, já que não
perderia os direitos políticos. Pesa a seu favor também o fato de a
votação estar marcada para 11 de julho. Logo depois o Congresso entraria
em recesso e a mídia voltaria suas atenções para as eleições
municipais.
Na volta dos trabalhos no Legislativo, o que
estará em pauta é o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do
processo do mensalão. Demóstentes, Carlinhos Cachoeira e tudo o mais que
a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) investiga ficará em
segundo, quiçá terceiro plano.
Outra versão, mais
improvável, indica que Demóstenes Torres estaria negociando com caciques
do Senado, inclusive com o presidente José Sarney (PMDB-AP), uma
licença de quatro meses e, na volta, a renúncia. Sem a cassação, não
ficaria inelegível. É improvável. A esta altura, a chance de Demóstenes
está no baixo clero, nos senadores que usariam o voto secreto sem serem
identificados e livrariam a sua cara. A conferir no mês que vem.
terça-feira, 26 de junho de 2012
República de las bananas
É sintomática a alteração na agenda da presidente Dilma Rousseff
divulgada ontem no fim da tarde pela Secretaria de Imprensa e Porta-voz
da Presidência da República. Ela avisava sobre uma videoconferência
entre Dilma e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anfitriã do
encontro do Mercosul na sexta-feira, em Mendoza. Depois de ser afastado
em menos de 48 horas da Presidência do Paraguai, Fernando Lugo montou um
governo paralelo e já pediu a Kirchner para estar presente. Os governos
brasileiro e argentino não reconhecem o novo governo paraguaio
encabeçado por Federico Franco, que ontem deu posse a vários ministros.
O
problema é que, amanhã, haverá também uma reunião da União de Nações
Sul-americanas (Unasul) e Fernando Lugo já manifestou a intenção de
estar presente. Só que a Presidência da Unasul, atualmente, está
exatamente com o Paraguai. Já imaginou a confusão? O melhor a fazer é
cancelar o encontro da Unasul e manter apenas o do Mercosul, em que
Cristina Kirchner, como anfitriã, pode impor as regras e preservar, no
mínimo, a cordialidade e a transparência nas decisões. O Paraguai,
aliás, já foi avisado para não estar presente, porque está atualmente
afastado do bloco.
É triste assistir à América do Sul
voltar a ter seus tempos de republiquetas, quando parecia estar muito
mais amadurecida política e democraticamente. Um impeachment em menos de
dois dias é golpe, não adianta tentar dar uma fachada de legalidade,
mesmo com a Suprema Corte do país acatando a decisão do Congresso. A
novela está apenas começando, mas já dá motivos para que a região seja
alvo de chacotas das nações politicamente desenvolvidas. As presidentes
Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, como líderes regionais, têm o dever
de comandar a diplomacia para encontrar uma solução rápida e pacífica.
Antes que conflitos se transformem em banho de sangue.
SOS Xavante Marãiwatsede
"O movimento não é pacífico!" |
Muita tensão neste momento na terra Xavante Marãiwatsede. Fazendeiros bloqueam estradas de acesso ao território Xavante. E avisam: "o movimento não é pacífico". A situação é gravíssima. TODA SOLIDARIEDADE AO XAVANTES DE MARÃIWATSEDE E A LIDERANÇA DO CACIQUE DAMIÃO PARIDZANÉ! MARÃIWATSEDE É TERRA XAVANTE! DESINTRUSÃO JÁ!
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Corrupção que se alastra
Em 1995, um importante jornal norte-americano mencionou em um artigo que
a corrupção no Brasil tinha perfil endêmico. Dicionários estampam que
essa palavra pode ser traduzida como “próprio de uma região ou população
específica”. Mas o que a publicação quis expressar foi que, na política
brasileira, a corrupção seria algo natural, indissociável dela e
inerente à sua natureza. Na época, a manifestação desse jornal provocou
muito mal-estar entre os governantes brasileiros, com ecos no âmbito
diplomático. Mas passados 17 anos, o que se vê no país é o pipocar de
escândalos em todas as esferas de poder. Não precisamos ir longe. O
Brasil assiste ao desenrolar da CPI do Cachoeira, que apura um
sem-número de maracutaias engendradas pelo contraventor goiano Carlinhos
Cachoeira; o Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para 1º de agosto o
início do julgamento dos envolvidos no esquema do mensalão, descoberto
há sete anos. Em Minas Gerais, a PF acaba de desmantelar uma rede de
corrupção em 37 municípios do Norte do estado, prendendo 16 pessoas.
O mais lamentável, no entanto, é que, no dia a dia do país, a sistemática de acompanhamento e controle dos gastos públicos, sobretudo os relativos a obras, carece de mais rigor. Ou seja, os fatos são apurados, mas os envolvidos punidos pela Justiça nunca devolvem o dinheiro desviado do erário. Não se sabe se por incompetência da polícia judiciária ou se de fato a inteligência dos corruptos é tamanha que os valores surrupiados vão parar em paraísos fiscais etc. No escândalo da construção do TRT-SP, quando sumiram R$ 200 milhões, foram recuperados, se tanto, R$ 55 milhões – ao limbo foi o restante. Embora enraizada na cultura política brasileira, a corrupção pode, sim, ser debelada, porém isso somente será conseguido se os órgãos de fiscalização e de controle – Tribunal de Contas da União (TCU) e afins – deixarem de ter uma postura meramente repressiva dos atos de corrupção e passarem a ter um enfoque preventivo, para deixar anêmicos os esquemas venais no seu nascedouro, antes de causar danos ao patrimônio público.
Platão (427–348 a.C.) julgava a corrupção conatural com a democracia porque esta seria o regime do abuso, da desordem, do individualismo, do desinteresse dos cidadãos pelo bem comum. Vale discordar do grande filósofo grego. O ideal democrático é o da igualdade, da fraternidade, da solidariedade, da tolerância, da liberdade, mas da liberdade com regras, do governo das leis que visam a realização individual na comunhão do bem comum. Por isso, diz-se que a corrupção é o cancro da democracia, porque, desprezando as leis e as instituições, violando a ética e a justiça, corrompe o ideal democrático da subordinação do egoísmo individual ao bem comum. Como fato individual, a corrupção é crime, reprime-se com a lei penal; como fato cultural, ela é prevenida e curada pela educação cívica, algo que os integrantes de uma comissão especial da Câmara dos Deputados não desprezou ao aprovar medida que garante supersalários para funcionários públicos, nas três esferas.
O mais lamentável, no entanto, é que, no dia a dia do país, a sistemática de acompanhamento e controle dos gastos públicos, sobretudo os relativos a obras, carece de mais rigor. Ou seja, os fatos são apurados, mas os envolvidos punidos pela Justiça nunca devolvem o dinheiro desviado do erário. Não se sabe se por incompetência da polícia judiciária ou se de fato a inteligência dos corruptos é tamanha que os valores surrupiados vão parar em paraísos fiscais etc. No escândalo da construção do TRT-SP, quando sumiram R$ 200 milhões, foram recuperados, se tanto, R$ 55 milhões – ao limbo foi o restante. Embora enraizada na cultura política brasileira, a corrupção pode, sim, ser debelada, porém isso somente será conseguido se os órgãos de fiscalização e de controle – Tribunal de Contas da União (TCU) e afins – deixarem de ter uma postura meramente repressiva dos atos de corrupção e passarem a ter um enfoque preventivo, para deixar anêmicos os esquemas venais no seu nascedouro, antes de causar danos ao patrimônio público.
Platão (427–348 a.C.) julgava a corrupção conatural com a democracia porque esta seria o regime do abuso, da desordem, do individualismo, do desinteresse dos cidadãos pelo bem comum. Vale discordar do grande filósofo grego. O ideal democrático é o da igualdade, da fraternidade, da solidariedade, da tolerância, da liberdade, mas da liberdade com regras, do governo das leis que visam a realização individual na comunhão do bem comum. Por isso, diz-se que a corrupção é o cancro da democracia, porque, desprezando as leis e as instituições, violando a ética e a justiça, corrompe o ideal democrático da subordinação do egoísmo individual ao bem comum. Como fato individual, a corrupção é crime, reprime-se com a lei penal; como fato cultural, ela é prevenida e curada pela educação cívica, algo que os integrantes de uma comissão especial da Câmara dos Deputados não desprezou ao aprovar medida que garante supersalários para funcionários públicos, nas três esferas.
domingo, 24 de junho de 2012
Médica grita por ajuda
Uma
médica do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro,
desabafou sobre a situação precária em que se encontra a saúde do Estado. Ângela
Tenório afirma estar sobrecarregada e cansada do descaso com os pacientes.
“Estou sozinha nessa porcaria aqui. Não posso fazer nada
pelo excesso de pacientes doentes. E a secretaria (de Saúde) e o governador (Sérgio
Cabral) não fazem nada. Cadê o Pedro II (hospital estadual). Nós somos
sobrecarregados".
“Eu sou diabética e hipertensa. O Pedro II está lá, com
médicos que não atendem porque não tem cama. Eu já estou de saco cheio. Eu vou
ser punida por uma boa causa”.
Desde
o incêndio no Hospital Estadual Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste, há
quase dois anos, o Hospital Rocha Faria está sempre superlotado. Todos os dias
há congestionamento de ambulâncias e doentes que se aglomeram esperando
atendimento.
Diversos
pacientes reclamam da falta de médicos e de equipamentos de saúde. Segundo Ângela
Tenório, as condições são precárias e as pessoas correm risco de morrer.
“A saúde está zerada, os pacientes estão à míngua e estão
morrendo”. Por meio de nota, a direção
do Hospital Estadual Rocha Faria informou que o quadro médico está completo,
mas confirma que a superlotação tem sido uma realidade na unidade desde o
incêndio e fechamento do Hospital Pedro II.
No
dia em que foi feita a reportagem, foram realizados 597 atendimentos de
emergência na unidade, quatro vezes mais do que sua capacidade (120
atendimentos/dia). O hospital ressalta que todos os pacientes são atendidos.
A Secretaria de Estado de Saúde
aguarda a definição da data de reabertura do Hospital Pedro II por parte da
Prefeitura do Rio e informa que espera que este fluxo de pacientes melhore o
atendimento à população.
O
projeto de um novo Rocha Faria também já está em andamento, para aumentar e
melhorar o atendimento à população. Assista ao vídeo abaixo.
Wrong moment
Nos bastidores da Rio+20, o comentário mais recorrente é o azar que deu o
Brasil ao sediar a segunda edição em meio à grave crise econômica que
atinge a Europa e, em menor escala, mas não menos preocupante, os
Estados Unidos. É que nenhum país vai topar frear ainda mais a economia
para atender a ideologia ambientalista radical num momento como este.
Quem não deve ter gostado nada do resultado foi a ministra do Meio
Ambiente, Isabella Teixeira, que preferia um texto mais radical.
Assim como tudo mais, a democracia no Paraguai é falsificada
Tudo começou na quinta-feira, na Câmara dos Deputados. Tudo terminou
na sexta-feira, no Senado. Em menos de 48 horas – isso mesmo, 48 horas –
o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foi apeado do cargo. O
impeachment relâmpago mostra que, em pleno século 21, a América do Sul
ainda tem as suas republiquetas. A reação dos países latino-americanos
foi imediata. Vários deles usaram a palavra “golpe” para condenar a
atitude do Congresso paraguaio. E não sem razão. A presidente Dilma
Rousseff chegou a insinuar uma possível expulsão do país vizinho do
Mercosul.
A presidente brasileira tem autoridade histórica para questionar o impeachment de Fernando Lugo. Não faz tanto tempo assim, o Brasil também passou por um processo de impeachment, só que com tudo dentro do figurino. Levou meses o afastamento do xará do ex-presidente paraguaio, Fernando Collor de Mello. Ele deixou o Palácio do Planalto durante o processo no Congresso, Itamar Franco assumiu interinamente e só depois foi efetivado como titular do Palácio do Planalto.
Outra diferença crucial entre os processos brasileiro e paraguaio são as acusações. Collor era alvo de acusações de corrupção. Lugo foi acusado de vínculos com movimentos sociais e de não conter as invasões de terra no país. Um conflito sangrento de reintegração de posse de uma fazenda foi a gota d’água. Já imaginou tirar Lula ou Dilma da Presidência da República por causa do movimento dos sem-terra no Brasil? Não tem cabimento, como não teve cabimento o afastamento do presidente paraguaio.
A ameaça brasileira de expulsão do Mercosul já surtiu efeito e a diplomacia paraguaia já se movimenta para tentar acabar com o mal-estar. Não será fácil. Golpe é golpe, mesmo que sob a fachada de uma atitude democrática. E a América Latina já passou dessa fase.
A presidente brasileira tem autoridade histórica para questionar o impeachment de Fernando Lugo. Não faz tanto tempo assim, o Brasil também passou por um processo de impeachment, só que com tudo dentro do figurino. Levou meses o afastamento do xará do ex-presidente paraguaio, Fernando Collor de Mello. Ele deixou o Palácio do Planalto durante o processo no Congresso, Itamar Franco assumiu interinamente e só depois foi efetivado como titular do Palácio do Planalto.
Outra diferença crucial entre os processos brasileiro e paraguaio são as acusações. Collor era alvo de acusações de corrupção. Lugo foi acusado de vínculos com movimentos sociais e de não conter as invasões de terra no país. Um conflito sangrento de reintegração de posse de uma fazenda foi a gota d’água. Já imaginou tirar Lula ou Dilma da Presidência da República por causa do movimento dos sem-terra no Brasil? Não tem cabimento, como não teve cabimento o afastamento do presidente paraguaio.
A ameaça brasileira de expulsão do Mercosul já surtiu efeito e a diplomacia paraguaia já se movimenta para tentar acabar com o mal-estar. Não será fácil. Golpe é golpe, mesmo que sob a fachada de uma atitude democrática. E a América Latina já passou dessa fase.
Judiciário - Caixa preta de ladrões
Enquanto este blogueiro só conseguiu desbloquear 700 reais de sua conta salário, bloqueados por pura safadeza, depois de quase três anos, os desembargadores dos tribunais da "justiça", fazem a festa com o meu, o seu, o nosso suado dinheirinho. E pior, os ladrões se escondem! Ninguém consegue saber quem ganha quanto nos tribunais. O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Nelson Malandra, digo, Calandra é contra a divulgação dos nomes dos fofos alegando violação da "intimidade" do magistrado. Esse Calandra também fez o maior lobby para que o CNJ não tivesse poderes para investigar os magistrados, mas, acabou morrendo na praia.
O texto abaixo teve como fonte a matéria publicada n'OGLOBO de hoje sob o título de "NO TJ DO RIO, GANHOS DE MAIS DE R$100 MIL"
Quem são os desembargadores que desfrutam dos maiores salários e vantagens no Judiciário? Se depender dos tribunais estaduais, a resposta permanece em segredo. Com base na Lei de Acesso à Informação Pública, 0 GLOBO pediu a lista dos nomes de beneficiários de pagamentos mensais que, em alguns estados, ultrapassam os R$ 100 mil. Nenhum dos 27 Tribunais de Justiça atendeu ao pedido na íntegra, sob alegações diversas, como respeito à privacidade, falta de regulamentação da lei e até acusação de se tratar de um pedido "genérico" e "sem interesse público concreto".
Desde 2009, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obriga os tribunais a divulgar valores pagos a cada desembargador, sem dar nomes. Levantamento do GLOBO mostra que apenas 12 cumprem a regra como determina o CNJ. Outros dez divulgam parcialmente, e cinco mantêm os benefícios em sigilo. Se considerados apenas valores brutos apresentados por esses 22 estados, trata-se de uma caixa-preta de pelo menos R$ 381,5 milhões. Este é o montante que receberam 943 desembargadores em 2011, dos quais R$ 99,3 milhões se referem a "vantagens eventuais".
Os números mais impressionantes são do Rio de Janeiro. Em setembro de 2011, um desembargador recebeu R$ 638,2 mil. Em janeiro, foram 23 pagamentos entre R$ 106 mil e R$ 123 mil e, em maio, um deles recebeu R$ 227,4 mil. Os altos pagamentos não são esporádicos: dos 2,1 mil pagamentos aos 178 desembargadores em 2011, 1,8 mil supera ram R$ 40 mil. 0 salário oficial de desembargador é de R$ 24,1 mil.
A engorda do contracheque vem por meio das "vantagens eventuais", referentes a "hora-aula, adicional de insalubridade, adicional noturno, abonos, correções, gratificação de justiça itinerante", entre outros, de acordo com o site do tribunal. Procurada na última quarta-feira, a assessoria do TJ do Rio informou que só poderia prestar esclarecimentos amanhã, em função do ponto facultativo na Rio+20. Em abril e em dezembro de 2011, os sete desembargadores de Roraima receberam entre R$ 86,2 mil e R$ 160 mil por mês. A engorda ocorreu em função das "vantagens eventuais". "Não serão atendidos pedidos de acesso que sejam genéricos, desproporcionais ou desarrazoados", escreveu em despacho o presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, Lupercino Nogueira, com grifo na palavra "genérico", ao negar acesso à lista de nomes.
O Acre foi o único estado que enviou nomes de desembargadores e salários, cuja soma de valores totaliza R$ 3,6 milhões. No entanto, omitiu parte dos extras pagos aos desembargadores na forma de auxilio e outras vantagens, informação que também fora solicitada. Na planilha enviada, não há menção aos quatro pagamentos a desembargadores realizados em dezembro de 2011 com valores entre R$ 115,9 mil e R$ 117,1 mil.
Desde 2009, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obriga os tribunais a divulgar valores pagos a cada desembargador, sem dar nomes. Levantamento do GLOBO mostra que apenas 12 cumprem a regra como determina o CNJ. Outros dez divulgam parcialmente, e cinco mantêm os benefícios em sigilo. Se considerados apenas valores brutos apresentados por esses 22 estados, trata-se de uma caixa-preta de pelo menos R$ 381,5 milhões. Este é o montante que receberam 943 desembargadores em 2011, dos quais R$ 99,3 milhões se referem a "vantagens eventuais".
Os números mais impressionantes são do Rio de Janeiro. Em setembro de 2011, um desembargador recebeu R$ 638,2 mil. Em janeiro, foram 23 pagamentos entre R$ 106 mil e R$ 123 mil e, em maio, um deles recebeu R$ 227,4 mil. Os altos pagamentos não são esporádicos: dos 2,1 mil pagamentos aos 178 desembargadores em 2011, 1,8 mil supera ram R$ 40 mil. 0 salário oficial de desembargador é de R$ 24,1 mil.
A engorda do contracheque vem por meio das "vantagens eventuais", referentes a "hora-aula, adicional de insalubridade, adicional noturno, abonos, correções, gratificação de justiça itinerante", entre outros, de acordo com o site do tribunal. Procurada na última quarta-feira, a assessoria do TJ do Rio informou que só poderia prestar esclarecimentos amanhã, em função do ponto facultativo na Rio+20. Em abril e em dezembro de 2011, os sete desembargadores de Roraima receberam entre R$ 86,2 mil e R$ 160 mil por mês. A engorda ocorreu em função das "vantagens eventuais". "Não serão atendidos pedidos de acesso que sejam genéricos, desproporcionais ou desarrazoados", escreveu em despacho o presidente do Tribunal de Justiça de Roraima, Lupercino Nogueira, com grifo na palavra "genérico", ao negar acesso à lista de nomes.
O Acre foi o único estado que enviou nomes de desembargadores e salários, cuja soma de valores totaliza R$ 3,6 milhões. No entanto, omitiu parte dos extras pagos aos desembargadores na forma de auxilio e outras vantagens, informação que também fora solicitada. Na planilha enviada, não há menção aos quatro pagamentos a desembargadores realizados em dezembro de 2011 com valores entre R$ 115,9 mil e R$ 117,1 mil.
sábado, 23 de junho de 2012
Poupe-me, corja!
De acordo com o relato do próprio Paulo Maluf a correligionários, Lula não deixou passar batido o fato de estar na casa do dono de uma das melhores adegas do Brasil, na já célebre visita do ex-presidente ao deputado. Disse Lula: "Ô, Maluf, quando é que você vai me convidar para beber um Romanée-Conti7'.
O PT não inventou o cinismo na política. Mas quem diria, "madre Tereza" pousar pra Playboy foi demais. Fazer alianças temporárias por mero interesse prática que começou no dia em que o primeiro político descobriu que se pode enganar o eleitorado em alguns aspectos e por algum tempo. Ou seja, é coisa antiga.
Mas Lula, o maior líder do PT, elevou essa burla ao nível da arte, atirando-se nos braços de seu maior desafeto e adversário, por pior que o tenha pintado no passado, sempre que vislumbrou algum ganho imediato.
Maluf não foi apenas um adversário a mais de Lula durante toda a sua carreira política. Maluf foi o o maldito, a encarnação de todo o mal. Mas ficou puro de repente, por um minuto e meio a mais para Haddad no horário eleitoral, a mercadoria vendida por Maluf no acordo.
Em troca, o malufismo ganhou uma secretaria a mais no inistério das Cidades no governo de Dilma Rousseff. Sim, por um minuto e meio Lula e Dilma esqueceram-se de que Maluf é um corrupto procurado pela Interpol e listado pelo Banco Mundial como um dos expoentes internacionais do assalto aos cofres públicos.
POUPE-ME, CORJA!
Aberta a temporada do crack
Todos os meios de comunicação, cotidianamente, veiculam alguma notícia
sobre o tráfico e o consumo do crack, também chamado de droga maldita. Fotos e filmes dos usuários, endereços onde
usam seus cachimbos e toda sorte de informações médicas sobre os
malefícios foram descritas. No entanto, o que se vê é a proliferação
assustadora do problema. Sabemos onde estão os usuários, identificamos
os distribuidores e, muitas vezes, temos o endereço.
Por que não damos
uma solução para o problema? Falta vontade política, leis e policiais.
Mas tenho certeza absoluta de que, na época da Copa do Mundo, como na Rio+20, darão um
jeito de desaparecer com esses coitados. Depois, eles voltarão.
Em plena praia de Copacabana grupos de cinco a 10 pessoas se reúnem diariamente para
usar a droga e promover todo tipo de confusão e brigas. Andam
desorientados, falam sozinhos, defecam no meio da rua sem nenhum pudor e
fazem sexo à luz do dia. Moradores , principalmente, mais velhos, temem sair e sermos vítimas de assaltos e
abordagens violentas.
A polícia passa e nem sequer olha para essas
pessoas, que ficam por ali, jogadas como lixo. Que bagunça, que desrespeito com nossos impostos, que roubalheira meu Deus - o que fazer? Quem deveria estar preso ou
em tratamento perambula impunemente pelas ruas da cidade... alguns nas Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas, Tribunais de Justiças e Congresso nacional.
Élton Medeiros
Na noite do dia 4 de junho, o
cantor e compositor Élton Medeiros foi homenageado no tradicionalíssimo
bar Bip-Bip, em Copacabana, Rio de Janeiro. O sambista foi presenteado
pelo dono do Bip-Bip, Alfredinho, com uma charge feita pelo conhecido
cartunista e ilustrados Amorim. Dentre os presentes no evento, estava o
também cantor e compositor Nelson Sargento. O baluarte não perdeu tempo e
logo que chegou se aproximou da incrementada roda de samba do Bip-Bip.
O peso da crítica
Pra quem acha que criticar é mais fácil que elogiar, a crítica é feita pelo crítico, ou profissional especializado de área, que entra em contato com o assunto a ser criticado e redige artigos apresentando uma valoração do objeto analisado. Portanto, quem acha que criticar é mais fácil, está errado! O crítico não pode apresentar uma avaliação puramente subjetiva, mas também deve apresentar descrição de aspectos objetivos que dêem sustentação aos seus argumentos, principalmente quando esses se referem ao assunto político. Por exemplo, eis a crítica: veja a foto abaixo e pense: A FIFA exige estádios e quantidades de lugares para copa do mundo no Brasil. O governo vai lá e faz... E quem pensa nos lugares necessários nos hospitais? Até quando vamos ter que conviver com esse descaso? Isso é crítica - e que deve ser levado a sério! Uma maneira de fazer com que o leitor pense!
A verdadeira vadia
Lendo um texto de um amigo jornalista em
que ele agradece sua mãe por tudo o que é e, ao mesmo tempo, se desculpa
sobre a quantidade de vezes que ela já foi lembrada por seus inimigos
e, nessas ocasiões, ofendida em sua honra, comecei a pensar em quem são
as verdadeiras prostitutas de nossa sociedade.
Lembro-me de que, quando jovem, em todas
as cidades existiam as chamadas "zonas de meretrício", verdadeiros
bairros onde residiam as prostitutas locais e para onde se dirigiam
aqueles que buscavam seus serviços.
Os tempos mudaram e com a chamada
liberalização sexual a estrutura social passou a ser mais permissiva com
a sexualidade dos jovens, que já não necessitam buscar esse tipo de
serviço, pois passaram a se relacionar com as próprias namoradas.
Esses bairros conhecidos como "zonas"
deixaram de existir e as prostitutas foram residir nos pontos mais
diversos das cidades e passaram a anunciar seus serviços nos jornais ou a
fazer "ponto" em determinadas ruas ou locais conhecidos por toda a
comunidade.
Com a internet, surgiram verdadeiras
estruturas especializadas no oferecimento desses "préstimos", sejam
femininos, masculinos ou homossexuais, com fotos e dados como medidas,
peso, altura, preferências e especialidades.
Mas toda essa modernidade e facilidade não
conseguiram acabar com a existência das pessoas que apontam seu dedo
para outras, acusando-as de ser o que são, quando por trás dessas
acusações querem esconder o fato de muitas vezes serem ou tentarem ser
iguais às que acusam.
São as que apontam para quem sequer
conhecem e dizem maldades e injustiças, lançando acusações de
comportamentos indecorosos, tentando com isso não expor os seus
próprios, ou as que recriminam as profissionais do sexo, quando exercem a
mesma função sem o mesmo profissionalismo, mantendo um comportamento
menos digno do que destas, ou de quem quer ser vista como uma dama.
Entendo e acho normal que entre quatro
paredes, buscando satisfazer seu parceiro e com este comportamento
dedicado exclusivamente a ele, muitas mulheres tornam-se verdadeiras
profissionais do sexo.
Entretanto, é comum ficarmos sabendo de
mulheres, casadas ou não, que em reuniões com outras se vangloriam de
terem saído com outros homens e que comentam inclusive como foram seus
desempenhos sexuais e até suas medidas físicas.
E atualmente não é raro observar mulheres
usando vocabulários que incluem palavrões em muitas das frases que
pronunciam, que gritam e xingam, bebem ao ponto de dar vexames e, ao se
dirigirem a outras pessoas, apontam o dedo indicador próximo do rosto de
seu interlocutor.
Que casadas, procuram satisfazer seus
desejos físicos buscando parceiros no mesmo tipo de anúncio usado pelos
homens, os acusam de infidelidade conjugal, mas deles não se separam
para manter o "status" de mulher casada ou vendendo-se pelas mordomias
que o dinheiro do marido pode proporcionar.
Assistindo pessoas se comportarem dessa
maneira, fico em dúvida sobre quem são as verdadeiras vadias de nossa
sociedade, se as que se expõem em anúncios de jornais, blogs e sites ou
as que fingem ser puritanas, mas praticam atividades bem menos dignas do
que as que vivem da profissão.
A verdadeira prostituta não é a profissional, que vive do sexo pago, mas a falsa puritana infiltrada na sociedade.
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor e produtor rural
sexta-feira, 22 de junho de 2012
O assassino voando nas asas da GOL
O
Tribunal do Júri de Taguatinga acolheu a denúncia do MP/DF e levará à júri
popular o empresário, dono da GOL, Constantino de Oliveira – conhecido como Nenê
Constantino (foto) – e outras quatro pessoas acusadas de envolvimento no
homicídio de Márcio Leonardo de Sousa Brito, ocorrido em 2001. A data do
julgamento ainda não foi marcada. Os réus ainda podem recorrer da decisão.
Segundo
a denúncia, Vanderlei Batista Silva, João Alcides Miranda e João Marques dos
Santos se uniram para retirar moradores que se instalaram em um terreno
pertencente à Constantino e se recusavam a sair do local. Márcio Leonardo de
Sousa Brito, líder da associação de moradores, foi executado por Manoel Tavares
– contratado para realizar o crime. Manoel, posteriormente, morreu vítima de
assassinato.
O
juiz do Tribunal do Júri de Taguatinga, João Marcos Guimarães Silva, determinou
que Constantino e Vanderlei Batista Silva permaneçam em prisão domiciliar até o
julgamento. O empresário, por ter 80 anos e estar com a saúde debilitada, foi
favorecido pelo artigo 318, incisos I e II, do CPP. Já Vanderlei está
com um câncer em estado avançado, enquadrando-se na mesma situação.
Também
é réu no processo o genro de Constantino, Victor Bethônico Foresti, por ter
oferecido, por duas vezes, vantagem a testemunha, com o propósito de que seu
sogro fosse isento da participação no crime cometido contra Márcio Leonardo de
Sousa Brito. Quanto a esse crime, também foram pronunciados "Nenê",
Vanderlei Batista e João Alcides Miranda. O processo encontra-se em segredo de
Justiça, por ter sido decretada a quebra dos sigilos telefônico e bancário.
·
Processo: 2002.07.1.000644-9
Fiscal da lei é o cacete
Depois de 14 anos – é isso mesmo, 14 anos – o Ministério Público de
Minas Gerais comprovou a legalidade da compra de 1,1 mil ambulâncias
feitas pelo governo do hoje deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O
inquérito concluiu que a aquisição seguiu o que rege a legislação,
atendendo a necessidade comprovada de várias cidades de Minas. O
processo foi arquivado, mas isso evidencia o que já se tornou até comum
no mundo político: a superficialidade de algumas denúncias, que só tomam
tempo e recursos das instituições.
Golpe de mestre pra subir o salário
Por pressão da opinião pública, o Congresso ficou bom tempo com salários congelados. E, de uma tacada só, subiu para o teto do STF... Cara-de-pau! |
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, esse aí da foto (PT-RS), está de mal
com os jornalistas. Ontem, ele reclamou ter dado declarações sobre a
Rio+20 e que nenhuma linha foi publicada nos jornais. “A imprensa
brasileira só quer falar de coisas ruins. Tem que falar de coisas boas”,
cobrou. Bem que a imprensa tenta, mas fica difícil. Marco Maia reclamou
porque foi questionado pelos jornalistas sobre uma proposta de emenda
constitucional em tramitação que, na prática, acaba com o teto nos
salários dos funcionários públicos, hoje limitado ao mesmo valor
recebido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao permitir
acúmulo de vencimentos. Maia não deu importância, alegando que o texto
foi aprovado apenas em uma comissão especial da Câmara e que isso não
significa que ela represente a opinião da maioria dos deputados.
Marco
Maia pode ter a sua opinião, mas o fato é que, com os políticos
brasileiros, é preciso sempre ter um pé atrás. Até porque há
precedentes. Por pressão da opinião pública, o Congresso ficou um bom
tempo com os salários de deputados e senadores congelados. E de uma
tacada só, subiu para o teto do STF, o que representou reajustes de até
140%. Agora, a PEC quer tornar esta regra permanente, equiparando
automaticamente os salários não só dos parlamentares, mas também do
presidente da República, do vice e dos ministros aos do Supremo Tribunal
Federal. Com isso, os nobres parlamentares não precisariam passar pelo
constrangimento de votar em plenário cada vez que o testo subisse.
O
que chama a atenção, no entanto, é o trecho da PEC que, na prática,
acaba com os subtetos – e com a hierarquia – porque transfere a decisão
aos estados. Afinal, um desembargador poderia ganhar igual ou até mais,
dependendo da interpretação que for dada, que um ministro do Supremo, um
deputado estadual mais que o federal e por aí vai.
E não me venham com esse papo de "ditadura"
Por que o arrocho salarial sempre ronda os militares federais? Seria
revanchismo? A classe é a que menos recebe em comparação a outras
carreiras. Um general de quatro estrelas, ao longo de mais de 40 anos de
serviços prestados, com muitos cursos no Brasil e no exterior, ganha
menos do que um delegado de polícia em início de carreira ou do que um
coronel da PM do Distrito Federal. Desafio alguém a apontar algum
general que se enriqueceu, estando ou não no poder. Caso a presidente
reverta essa situação salarial, contará com o apoio político dos
integrantes das Forças Armadas e de toda a sociedade, uma vez que a
população repudia a maioria dos parlamentares, mas confia e nutre
admiração pelos militares das três forças, justamente porque seus
integrantes têm aversão a roubalheiras e aos enriquecimentos ilícitos
pela manipulação do dinheiro público. Nunca neste país vimos tantos
escândalos de corrupção. Só o dinheiro desviado pelo mensalão e pelas
cachoeiras que jorram do erário já daria para reajustar os vencimentos
do militares.
Farça Rio + 20
Na manhã de ontem, dia 20 de julho, milhares de pessoas participaram de uma manifestação contra as remoções de favelas levadas a cabo pelo Estado reacionário em todo o Brasil. Enquanto centenas de chefes de Estado se reuniam para mais uma conferência da RIO+20 no Rio Centro, zona oeste do Rio de Janeiro, moradores de várias favelas ameaçadas de remoção, movimentos camponeses e indigenistas protestavam do lado de fora. Na noite do dia anterior, dezenas de ônibus já chegavam à favela Vila Autódromo trazendo manifestantes. Moradores e apoiadores do movimento produziram faixas e cartazes durante a madrugada. Quando raiava o dia, helicópteros sobrevoavam a favela e atiradores de elite observavam o movimento de cima dos prédios vizinhos. Na porta do Rio Centro, no início da manhã, as tropas de choque da PM e do exército já aguardavam a chegada dos manifestantes.
O presidente da associação de moradores da Vila Autódromo falou para os manifestantes sobre os vinte anos de luta contra a remoção da favela. Altair ainda criticou a realização da RIO+20 e denunciou as precárias condições de saneamento da Vila Autódromo e o assoreamento do rio que existe em torno da favela. Mesmo com os bloqueios feitos pela polícia no caminho da Vila Autódromo, milhares de pessoas participaram da manifestação que marcou os 20 anos da heróica resistência dos moradores da Vila Autódromo.
Link para o video: http://youtu.be/qAfU7V9JgsM
O presidente da associação de moradores da Vila Autódromo falou para os manifestantes sobre os vinte anos de luta contra a remoção da favela. Altair ainda criticou a realização da RIO+20 e denunciou as precárias condições de saneamento da Vila Autódromo e o assoreamento do rio que existe em torno da favela. Mesmo com os bloqueios feitos pela polícia no caminho da Vila Autódromo, milhares de pessoas participaram da manifestação que marcou os 20 anos da heróica resistência dos moradores da Vila Autódromo.
Link para o video: http://youtu.be/qAfU7V9JgsM
quinta-feira, 21 de junho de 2012
FHC desce do muro
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou
ontem que faltou decisão no documento sobre desenvolvimento
sustentável da Rio+20, que será aprovado esta semana pelos chefes de
Estado que estão no Brasil. O tucano deve
estar insinuando que a presidente Dilma Rousseff subiu no muro na
elaboração da carta, já que é o Brasil que lidera as negociações e é
responsável pela redação do documento. É preciso dizer que FHC também
desceu do muro que sempre caracterizou as suas declarações. Foi até
além: “A Terra vai acabar e também a humanidade vai acabar”. Eu, hein?
É preciso ressaltar que o ex-presidente Fernando Henrique deu as declarações quando almoçava em um hotel no Rio de Janeiro onde também está hospedado o seu sucessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O que fazia Lula de manhã? Recebia em seu apartamento no mesmo hotel o novo presidente da França, François Hollande. Lula se mete em tudo e é tudo o que FHC não quer ver na vida. Com a presidente Dilma, ele até que tem uma boa relação, com direito a troca de elogios. Mas com o presidente de honra do PT é apenas protocolar, não dá para dizer que eles são amigos.
A questão mais importante, no entanto, é que Fernando Henrique tem razão. A Rio+20 teve o azar de ser realizada exatamente no momento em que a Europa e os Estados Unidos enfrentam uma grave crise econômica. Os demais participantes da conferência são coadjuvantes na defesa do planeta, sem que esses países façam o dever de casa antes. E eles nada vão prometer em um quadro como o atual. Estão mais preocupados em aquecer suas economias do que em gastar com a proteção do meio ambiente, que exige pesados investimentos. Como a ordem é cortar gastos, deixa para depois.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Transmitindo aprendizados
Ainda muito jovem já gostava de livros,
principalmente dos que passavam mensagens dos autores sobre suas
observações e aprendizados da vida e, talvez por esse prazer, sempre
tenha me preocupado em transmitir minhas experiências.
Quando, já depois dos cinquenta anos,
resolvi realizar uma viagem de moto percorrendo partes do Brasil,
Paraguai, Argentina e Chile, a primeira coisa que me veio à mente foi
montar um blog onde poderia, diariamente, relatar a viagem, minhas
impressões, aprendizado e postar fotos tiradas dos locais por onde
passava, para que meus filhos e também outras pessoas pudessem ver o que
via.
Além de meus filhos e netos, a novidade
animou muitos, que interagiam, comentavam, faziam perguntas e desejavam
felicidades na aventura, que durou vinte e oito dias, durante os quais
percorri nove mil e seiscentos quilômetros. Assim como aprendi com os
autores de diversos livros, essa era minha tentativa de dar a outros a
possibilidade de aprenderem com minha vivência e de não errarem onde
errei.
Com os anos que se passaram e meu
consequente amadurecimento, passei a observar a importância das pequenas
coisas com as quais nunca havia me importado e além da observação e
valorização das coisas mais simples da vida, tenho tentado expressar meu
aprendizado, pensamentos e meus sentimentos relativos às diversas
situações, em pequenos textos, que futuramente poderão ser analisados
por meus descendentes ou por quem se interessar.
Assim como faço com minhas leituras, penso
que eles poderão ali encontrar, conhecer, aprender, viajar e imaginar
sem sair do lugar onde estiverem e cada um à sua maneira, pois as
palavras escritas, ou ditas, podem ter diversos significados, por serem
interpretadas baseadas nas experiências e percepções de quem as lê, ou
de acordo com o contexto e o tempo em que foram escritas e são lidas.
Muitos conflitos, discussões, brigas e até
guerras são iniciadas pela distância entre a intenção de quem disse e a
interpretação de quem ouviu. O mesmo ocorre com as palavras escritas,
que depois de colocadas no papel, passam a pertencer e ser interpretadas
diversamente pelos leitores.
Nos diversos comentários postados sobre
textos publicados, podemos perceber claramente como cada um é
interpretado de maneira totalmente diversa quando lido por pessoas
distintas. Por vezes o entendem da mesma maneira que tentou expressar o
autor e de outras, totalmente diferente do que pretendia dizer.
Apesar de saber que, por esses motivos e
com o passar do tempo, as palavras por mim escritas dificilmente
corresponderão exatamente ao que pretendia dizer, penso que mesmo assim
ainda conseguirei transmitir algo, o que já é melhor do que se não
tivesse escrito nada.
Os textos nos ajudam a esclarecer e
compreender motivos, ensinam, mostram origens e caminhos, apresentam
soluções e diversos deles tornam possível a interpretação, comum ou não,
de fatos históricos.
Foi através deles que pudemos aprender
tudo o que hoje sabemos, desde o plantio ao modo de preparar e conservar
os alimentos, de construirmos nossos lares para nos protegermos das
variações climáticas, curarmos nossas enfermidades, continuar os estudos
em busca da cura de outras, saber sobre pessoas diversas que viveram a
dezenas ou a milhares de anos, revoluções, guerras, contos, romances,
políticas e religiões. E baseados neles é que podemos buscar novas
tecnologias para continuarmos nossa evolução.
Lendo e ouvindo entendemos somente o que estamos preparados, mas abrimos possibilidades de novos conhecimentos.
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor e produtor rural
Será que Lula vai continuar pagando Mico?
Lula insistiu, mas Erundina preferiu manter a sua coerência, que vem desde que foi escorraçada do PT |
A deputada Luíza Erundina (PSB-SP) voltou atrás de sua decisão de
desistir de desistir da candidatura a vice-prefeita de São Paulo na
chapa de Fernando Haddad (PT) e desistiu mesmo. O próprio presidente
nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, confirmou
que a parlamentar socialista não aceita compor chapa em uma coligação
que tem também o PP do deputado Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo e
“ex” arquirrival do PT no estado. Lula insistiu, mas Erundina preferiu
manter a sua coerência política, que vem desde o tempo em que foi
escorraçada do PT por ter aceito participar do ministério de Itamar
Franco, que assumia a Presidência da República em um momento delicado
para a democracia do país, depois do afastamento do hoje senador
Fernando Collor de Mello (PTB-AL), por causa de denúncias de corrupção.
Não custa lembrar que Collor foi o primeiro presidente eleito
diretamente depois do regime militar.
O ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupa nem sua própria biografia no
esforço de eleger Fernando Haddad em São Paulo. Tanto que o Instituto
Lula não publicou a foto que ele tirou junto com Haddad e Maluf, logo
depois do anúncio do apoio do petista. Alias, pelo jeito, a própria
presidente Dilma Rousseff desistiu de obedecer seu mentor político. Ela
não queria a CPI do Cachoeira, mas Lula insistiu e ela capitulou. Agora,
já orientou os governistas da comissão a desistir de convocar o
ex-governador paulista José Serra (PSDB), principal adversário de
Haddad, para depor.
Lula, no entanto, não desiste. Ao
contrário, insiste. Tenta convencer o pagodeiro Netinho (PCdoB) a também
desistir de sua candidatura, embora não haja nenhuma garantia de que os
votos dele fossem para o petista Haddad, já que é um público peculiar. É
esperar para ver, mas o fato é que Lula insistiu, mas Erundina
desistiu.
Vai ficar pra história
O papa Luiz Inácio não teve
como recusar. Maluf teria dito : quero fechar a aliança entre PP e PT na minha
casa. E convidou Lula para dar uma chegadinha por lá. O ex-presidente da
República chamou a patota da alta cúpula do PT paulista e lá se foi o grupo para
os jardins do Paulo. Que não perdeu a pose. Acariciou a cabeça de um
constrangido Fernando Haddad. Lula ficou no centro da foto. Sorrisos gerais.
Abraços e apertos de mão. E assim foi selada a união do amor com o ódio.
Expliquemos. Paulo Maluf proclamou que aderia a Haddad por "amor a São Paulo".
Em passado recente, o PT destilava ódio contra Maluf. Inclusive, acirrou tanto o
malufismo que conseguiu compor o verbo malufar. Vejam no dicionário o que
significa.
O porco rezando para o toucinho
Paulo Maluf até que tentou
rezar por José Serra. A condição : ganhar posições no governo Geraldo Alckmin.
Que não aceitou o pleito. Serra, por sua vez, prometia cargos na prefeitura,
após assumir o cargo. Maluf correu para outro altar, o de Fernando Haddad, o
"novo". E Lula, o papa, levantou a voz e articulou para ele um cargo no
Ministério das Cidades. Os fins justificariam os meios. Uma Secretaria de
Saneamento. Saneamento? Isso mesmo? Sim. O Brasil é mesmo o país da piada
pronta. Mas é bom lembrar que o ex-prefeito já aderira a Marta Suplicy, em 2004,
no segundo turno, quando ela disputou e perdeu a campanha para Serra.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Entenda como quiser
O ministro da Defesa, Celso Amorim (foto), afirmou ontem que relatos como o
da presidente Dilma Rousseff sobre as torturas sofridas durante o
regime militar “são fatos da história”. Ele evitou se estender sobre o
tema. “São fatos da história. Eles vão aparecendo. Cada cidadão forme a
sua ideia sobre isso. A Comissão da Verdade é para que as pessoas
conheçam os fatos sobre todos os ângulos”, disse ele, em visita à
exposição Humanidade, no Forte de Copacabana.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Façam o que falo, não o que faço
A verdadeira estreia de Lula pós-tratamento do câncer será quarta-feira,
na Rio+20. Na cena em que Dilma Rousseff se prepara para se apresentar
como a salvadora do documento O futuro que queremos – já apelidado de “o
passado que sempre tivemos”, por causa das dificuldades de acordo em
torno do texto –, quem promete tomar conta do evento é Lula. Com uma
vantagem: como ex-governante, deixa subentendido que as falhas se devem a
quem o antecedeu ou sucedeu. E conquista corações e mentes ao dizer que
“a maior carência no mundo de hoje é de vontade política de nossos
governantes”. Refletirá assim as dificuldades dos países de construir o
documento síntese da conferência.
Obviamente, Lula faz ressalvas sobre “a vontade política de dezenas” ao se referir a um “rumo de desenvolvimento na África, na Ásia e na América Latina, onde centenas de pessoas começam a ter uma vida melhor”. Aí, claro, ele se inclui sem precisar citar as realizações de seu governo. E, de quebra, ainda deixa transparecer que, se algo falhar, a responsabilidade é de quem está no poder. Ou seja, o mentiroso se coloca como solidário a quem cobra medidas mais ousadas sem precisar se responsabilizar pelo cumprimento delas, 'Belo Monte que o diga'. Prometeu aos índios uma coisa, e fez outra. Como nos velhos tempos em que o PT era apenas oposição, sem levar muito em conta detalhes e contratos que devem ser cumpridos por quem está no comando.
Obviamente, Lula faz ressalvas sobre “a vontade política de dezenas” ao se referir a um “rumo de desenvolvimento na África, na Ásia e na América Latina, onde centenas de pessoas começam a ter uma vida melhor”. Aí, claro, ele se inclui sem precisar citar as realizações de seu governo. E, de quebra, ainda deixa transparecer que, se algo falhar, a responsabilidade é de quem está no poder. Ou seja, o mentiroso se coloca como solidário a quem cobra medidas mais ousadas sem precisar se responsabilizar pelo cumprimento delas, 'Belo Monte que o diga'. Prometeu aos índios uma coisa, e fez outra. Como nos velhos tempos em que o PT era apenas oposição, sem levar muito em conta detalhes e contratos que devem ser cumpridos por quem está no comando.
Dilma, a rainha da cocada
Nunca se viu a classe política tão cabisbaixa como no governo Dilma
Rousseff. A cada pesquisa de opinião que sai do forno, deputados e
senadores sentem-se menores. A oposição, que até a gestão de Fernando
Henrique Cardoso era o escoadouro de insatisfações para com o governo
federal, hoje parece não cumprir mais esse papel. Tanto é que, seja nos
partidos políticos, seja no imaginário popular, quando algo começa a dar
errado junto à presidente da República ou sua equipe, todos procuram
logo o ex-presidente Lula.
Mesmo no período em que Lula convalescia, seu telefone não parou de tocar. Houve inclusive uma temporada em que o Hospital Sírio-Libanês mais parecia um bureau político do que um local destinado exclusivamente a atendimento médico. Qualquer político de primeira grandeza no cenário nacional que passasse por lá dava uma paradinha para ver Lula. Se era assim no período de convalescência, imagine agora que os médicos tiraram o cateter e declararam o ex-presidente curado.
A aposta geral é a de que Lula não largará mais a ribalta e terá papel de recepcionar os descontentes com Dilma. Ele considera que o balanço de seus atos é positivo, ainda que haja rusgas no próprio PT em função das suas atitudes, como no caso do Recife, onde o prefeito João da Costa insiste em ser candidato à reeleição contra a vontade do ex-presidente.
Mesmo no período em que Lula convalescia, seu telefone não parou de tocar. Houve inclusive uma temporada em que o Hospital Sírio-Libanês mais parecia um bureau político do que um local destinado exclusivamente a atendimento médico. Qualquer político de primeira grandeza no cenário nacional que passasse por lá dava uma paradinha para ver Lula. Se era assim no período de convalescência, imagine agora que os médicos tiraram o cateter e declararam o ex-presidente curado.
A aposta geral é a de que Lula não largará mais a ribalta e terá papel de recepcionar os descontentes com Dilma. Ele considera que o balanço de seus atos é positivo, ainda que haja rusgas no próprio PT em função das suas atitudes, como no caso do Recife, onde o prefeito João da Costa insiste em ser candidato à reeleição contra a vontade do ex-presidente.
sábado, 16 de junho de 2012
Devolva a toga juiz Carlos Manuel Barros do Souto
O
juiz de Direito Carlos Manuel Barros do Souto, do Juizado Especial
Adjunto Cível de Angras dos Reis/RJ, negou gratuidade de custas
processuais a um recorrente de processo que trata de financiamento de
veículo.
Para o
magistrado, se ele teve condições de financiar o carro, tem condições de
arcar com as custas, ainda mais no âmbito dos JECs, onde, segundo ele,
para haver gratuidade no 1ª grau para todos, os recorrentes arcam com o
pagamento da integralidade das custas. "Pobres não têm veículos. Eles andam de transporte público coletivo e a estes sim deve ser oferecido o serviço gratuito".
"Não se deve
tratar o processo em sede de JEC da mesma forma que o processo em vara
Cível. As principiologias procedimentais são patentamente diferentes", conclui o juiz, ressaltando que "somente pessoas efetivamente carentes e pobres devem ser beneficiários do recurso gratuito".
Falou, jumento!
-
Processo: 0009698-36.2011.8.19.0003
Nó na saúde brasileira
Tramita na Comissão de Seguridade da Câmara dos Deputados um projeto que
tenta desatar o nó em que estão quase todas as santas casas no Brasil. O
relator Antônio Brito (PTB-BA) tem feito audiências públicas para
tentar encontrar uma solução. O que não é fácil. Os hospitais, como não
têm como quitar o passivo tributário já existente, não pagam para
frente. Para se ter uma ideia, algumas instituições já têm penhora
decretada de aparelhos, como os de hemodiálise. Pode?
Encontros e desencontros
Recentemente fui procurado via e-mail por
uma carioca, que dizia pretender mudar-se para o Mato Grosso do Sul e
que uma de minhas leitoras havia me indicado para se informar sobre
detalhes locais. Após alguns e-mails pediu para ser adicionada em minha
lista de Skype e lá solicitou várias informações sobre o clima, custo de
vida e do metro quadrado construído, pois pretendia adquirir um imóvel
em Campo Grande.
Alguns dias depois, como só havia estado
no Rio de Janeiro por duas vezes e agora lá estando para realmente
conhecê-lo, resolvi me comunicar com a mesma e pedir informações locais.
Após dois dias na cidade, fui convidado para, conduzido por ela,
conhecer um Rio bem mais completo do que o turista vê, e que convidaria
sua amiga, leitora de meus textos, que morava perto de sua casa, para um
jantar quando nos apresentaria.
Como aparentemente era uma pessoa educada e
culta, que dizia haver sido casada com um ex-diretor da maior rede de
televisão do país e já havia citado diversos encontros com pessoas desse
meio, resolvi aceitar o convite e realmente fui maravilhosamente
ciceroneado pela cidade maravilhosa, conhecendo locais, praias e
mirantes onde pude admirar paisagens que provavelmente não são
conhecidas pela maioria dos turistas.
Depois saímos para jantar com o casal em
que a senhora frequentemente lia meus textos e fiquei muito satisfeito,
pois me identifiquei muito tanto com o marido quanto com sua esposa.
Tudo perfeito até que fui incumbido de na noite posterior providenciar
um churrasco para recepcionar aquele casal em sua casa.
Foi uma experiência péssima, pois apesar
da excelente companhia do casal e de uma de suas filhas, além do filho
da dona da casa, todos muito agradáveis, cultos e educados, a anfitriã
resolveu exagerar no vinho e logo estava totalmente inconveniente,
interrompendo a conversa de todos, elevando o som da música de modo que
atrapalhava qualquer conversa e apesar de várias solicitações feitas por
todos, mantinha o volume elevado.
Quando as visitas se foram e seu filho
também saiu para encontrar sua namorada, fiquei só com uma pessoa
totalmente alcoolizada, que passou a solicitar um tipo de companhia que
eu nunca pretendi e agora menos ainda, pois já enxergava a pessoa de
outra forma e detesto bebidas. Sentindo-se rejeitada com a negativa,
esta iniciou um verdadeiro ataque verbal sobre mim, o que me obrigou a
ir embora imediatamente. Saí da casa e me dirigi à portaria do
condomínio fechado, para, com a ajuda do porteiro, solicitar um táxi,
porque não sabia sequer o nome da rua onde estava.
Já passando das vinte e três horas, não
havia porteiro naquele momento e só me restou voltar até a casa em busca
do controle remoto do portão e ligar para o casal que havia ido embora
para que me informassem o nome da rua e o número do condomínio para
poder chamar um táxi. Em menos de dez minutos o meu novo amigo já estava
diante de mim e me levou até sua casa, realmente bem próxima, mas em
outro condomínio.
Mesmo estando todos horrorizados com o
péssimo nível da pessoa, que apesar dos diversos e luxuosos ambientes
que já havia frequentado e países para onde tinha viajado, não sabia se
comportar diante de visitas dentro da própria casa, passei a viver
momentos maravilhosos, com um casal realmente especial, que fez questão
que lá dormisse, para não ter de pegar um táxi na madrugada.
Na manhã seguinte soube de minha leitora
que só conhecia a bêbada de aulas de Yoga e que jamais imaginaria um
comportamento daqueles, mas resolvemos evitar o assunto e as diversas
conversas que tivemos durante aquele dia aumentou minha afinidade com o
casal. Conheci uma família de costumes lastreados na mesma educação,
cultura e moral que eu, o que me deixou extremamente feliz e compensou
minha estadia no local.
Apesar dos riscos de nos depararmos
com pessoas horríveis, desequilibradas, durante a vida também podemos
encontrar pessoas maravilhosas.
João Bosco Leal www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor e produtor rural
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