Atualmente, muito se fala sobre a proibição do consumo de bebidas alcoólicas por condutores de veículos automotores. Aliás, hoje em dia, a moda é proibir, mas pouco se garante. O que causa revolta é que somos obrigados a assistir ao aparelhamento da máquina administrativa, à troca de favores, o financiamento privado e desordenado de campanhas eleitorais e, sobretudo, à corrupção, sem ver, contudo, uma solução adequada para o combate das falcatruas nas diversas esferas de poder. Se há a intenção de adotar o sistema da tolerância zero para quem bebe e dirige, deveria ser adotado o mesmo para os corruptos em geral.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Sem pontaria
Lá se foi Lupi depois de 28 dias de resistência. O ministro bem que ensaiou uma luta encarniçada . Chegou a mencionar as balas de canhão para tirá-lo do posto. Falou grosso que parecia estar mandando recado à presidente. Quando Dilma encarou, disse que a amava. Pelo jeito, amor não correspondido. Depois de idas e vindas Lupi resolveu não insistir. A pá de cal em suas pretensões foi o veredicto da Comissão de Ética Pública. O ministro enfim percebeu que era o seu momento e apresentou a carta de renúncia.
A ação da comissão, a insistência do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), em manter a sindicância para investigar a postura do ex-ministro, a pressão sindical petista e os setores descontentes do PDT selaram a sorte de Carlos Lupi.
Bola na caçapa, procura-se a bola da vez. Tudo aponta para o Ministério das Cidades. Entre o fato e o boato, a possibilidade parece real pois o titular da pasta, Mário Negromonte, terá de ir ao Senado se explicar sobre denúncias de irregularidades . O PT, que cobiçava o Ministério do Trabalho, agora parece esperar a definição da nova bola. Nesse sentido a nova crise pode beneficiar Dilma. A luta que se desenhava pelo Ministério do Trabalho entre PT e PDT envolvendo a base sindical do governo caminha para a distensão. Os petistas preferem o Ministério das cidades. Do ponto de vista de intervenção governamental e de investimentos, mais vale 5 mil cidades na mão do que um milhão de sindicatos sobrevoando. Já o PDT, manda o seu recado de manifesta boa vontade: “O PDT continuará na base, independentemente do Ministério do Trabalho”.
As apostas já começaram e os atores se movimentam. Desde domingo, a presidente não dorme com o fim de uma crise, mas sabendo que o lixo é grande. Enquanto a faxina continua, sonhar só mesmo com a reforma ministerial. Quando janeiro chegar, a presidente espera a tacada certa. Até lá, haja pesadelo...
A ação da comissão, a insistência do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), em manter a sindicância para investigar a postura do ex-ministro, a pressão sindical petista e os setores descontentes do PDT selaram a sorte de Carlos Lupi.
Bola na caçapa, procura-se a bola da vez. Tudo aponta para o Ministério das Cidades. Entre o fato e o boato, a possibilidade parece real pois o titular da pasta, Mário Negromonte, terá de ir ao Senado se explicar sobre denúncias de irregularidades . O PT, que cobiçava o Ministério do Trabalho, agora parece esperar a definição da nova bola. Nesse sentido a nova crise pode beneficiar Dilma. A luta que se desenhava pelo Ministério do Trabalho entre PT e PDT envolvendo a base sindical do governo caminha para a distensão. Os petistas preferem o Ministério das cidades. Do ponto de vista de intervenção governamental e de investimentos, mais vale 5 mil cidades na mão do que um milhão de sindicatos sobrevoando. Já o PDT, manda o seu recado de manifesta boa vontade: “O PDT continuará na base, independentemente do Ministério do Trabalho”.
As apostas já começaram e os atores se movimentam. Desde domingo, a presidente não dorme com o fim de uma crise, mas sabendo que o lixo é grande. Enquanto a faxina continua, sonhar só mesmo com a reforma ministerial. Quando janeiro chegar, a presidente espera a tacada certa. Até lá, haja pesadelo...
Carlos Eugênio Lopes e Ricardinho o esperto
Ricardo Teixeira |
Comenta-se na imprensa que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira (e seu braço direito, o diretor jurídico da instituição, Carlos Eugênio Lopes!) em vista de possíveis denúncias de corrupção vindas do exterior, mais exatamente da sede da FIFA na Suíça, estaria se "blindando" por meio de "nomes populares" malandramente colocados ao redor de seu trono. Ora, não sabemos se uma estratégia dessas dá certo. Mesmo com inserções televisivas de comerciais dando conta da eficiência da CBF na gestão desta "cosa nostra" chamada futebol, a pergunta que fica é : e o governo ? Como vai se comportar o governo sabendo que o presidente da CBF, organizadora local da Copa, está envolvo por vastos mantos que obscurecem suas atividades? Mais ainda : Ronaldo "Fenômeno" e seus conflitos de interesse afetam em alguma medida o interesse público ? Vejamos as próximas trocas de passe na cartolagem do futebol...
Romário merece os meus aplausos, está me surpreendendo na vida pública! Tem se posicionado de uma maneira digna diante dos fatos.
Quem quiser que acredite
É certo que estamos na época do Natal, mas mesmo os que acreditam no bom velhinho estão com dificuldades de acreditar que o senador José Sarney, com mais de 50 anos na praia da política, cometeu um cochilo na semana passada, ao contribuir com a oposição para retardar no Senado a votação do projeto que prorroga até 2015 a vigência da DRU (Desvinculação das Receitas da União). O PMDB, insatisfeito sempre com verbas e ministérios, às vésperas de mudanças na equipe de Dilma, exercita seu melhor estilo assopra (com Michel Temer, a apaziguador da República) e morde (com Sarney, Renan Calheiros, Henrique Alves, pero sin perder la ternura jamás).
Se colar... Na esteira desse peemedebismo de resultados, os senadores mineiros Clésio Andrade (PR, em transição para o PMDB) e Zezé Perrela (PDT) assinaram a proposta da oposição com emendas ao projeto da DRU e avisaram, em nota oficial, que poderão retirar o apoio se Dilma não der prioridade máxima a alguns projetos do interesse de Minas.
Um é um, outro é outro
Análise de um experiente político de Brasília da chamada base governista : "Lula conquistava pela simpatia, pela lábia, pela capacidade de conversar e negociar. Na hora que quis impor, tropeçou na CPMF. A linguagem da Dilma é só da vontade dela. Lula dava liga. Dá para ver que falta um mínimo de coesão na base aliada e no próprio ministério. Lá está cada um por si. Tem de tropeçar".
Ufa ! Enfim, o Banco Central Europeu
Em matéria econômica não existe pior crise que a cambial. A dúvida sobre a credibilidade, a estabilidade e a solvência da taxa de câmbio e seus correspondentes ativos financeiros não pode persistir por longos períodos sob pena de instalar ou aumentar a dinâmica dos colapsos financeiros. Se a moeda "sob contestação dos agentes" for uma das mais transacionadas do mundo, a crise é muito maior. Embora esta assertiva seja amplamente conhecida pelos economistas e não-economistas, não deixa de ser surpreendente a irresponsabilidade dos líderes europeus em relação ao tema, sobretudo no caso da chanceler alemã Angela Merkel que quer impor modelos fiscais em meio a um turbilhão cambial. É como se os bombeiros ficassem discutindo sobre as origens de um incêndio em meio a sua propagação. Nesta hora, o que começa a aparecer no horizonte é a perspectiva de que o Banco Central Europeu (BCE) irá fazer uma intervenção da ordem de US$ 1 trilhão para aumentar a solvência de países e bancos. Talvez esta seja, de fato, a única medida cabível em meio às especulações de que o euro irá entrar em colapso.
Consequências da intervenção
Consequências da intervenção
No caso da Europa, é sempre bom ter certeza sobre o contexto e a magnitude da intervenção do BCE nos mercados antes de avançarmos em prognósticos. No próximo dia 9, a cúpula da União Européia irá se reunir para (mais uma vez) discutir a crise no Velho Continente. Até lá é possível que o BCE já esteja em plena ação. Este pacote, se for mesmo de US$ 1 trilhão, parece ser capaz de provocar a estabilização financeira em todo o continente, especialmente na Itália e Espanha. Esta estabilização é condição sine qua non para que o longo rescaldo relativo à recessão, desemprego e melhoria das contas fiscais possa andar para frente. Ainda sobrará muita dor social e econômica aos países, mas a superação da corrente especulação deve favorecer a valorização dos ativos (ações e títulos de renda fixa), bem como tornar menos neurótica as operações usuais dos agentes. O mundo agradece e torce para que dê certo.
Os EUA devem ser os mais beneficiados
A economia norte-americana representa cerca de 1/4 do PIB mundial e, por ser muito aberta, é muito dependente do consumo mundial e de seu próprio consumo (que, por sua, vez representa 2/3 do PIB norte-americano), deve ser a maior beneficiária da estabilização europeia. Além disso, já existem sinais iniciais de que o consumo das famílias americanas está começando a crescer. Ainda não dá para estarmos certos de que se trata de um novo ciclo econômico que se inicia, mas, como já afirmamos há um mês, as chances de reversão são concretas. Note-se que não estamos dizendo que devemos sair por aí soltando fogos. O que estamos dizendo é que o pior parece estar passando. É hora de não nos conformarmos com o pessimismo reinante, mas o de olharmos para o futuro e tentarmos extrair oportunidades (hoje) dele.
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