O que parecia improvável, mudou de clima, esquentou a oposição, apesar do frio que também está fazendo em Brasília. A votação para autorizar que o presidente Michel Temer seja processado no Supremo Tribunal Federal (STF) será hoje na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acredita que será. Bem, sem juízo de valor, pode ser, mas a oposição vai chiar, fazer o seu comercial. Mesmo assim, se otimismo pouco não é bobagem, Maia garante que será à tarde.
Quanto mais cedo para Temer e para a crise política que assola o país, melhor. Falta combinar com a oposição, que aderiu à sua velha tese do quanto pior melhor para que o ex-presidente Lula dispute a eleição, para não terminar a carreira política em Curitiba.
É repetição, mas dá pena ver alguém como Lula, reverenciado mundo afora quando estava no poder, jogar fora uma biografia tão respeitada por ganância, uma tripla ganância, com o perdão do trocadilho, que nem precisa explicar. Basta o suntuoso apartamento.
Voltando à previsão de Rodrigo Maia, faz sentido sua declaração quando fala de gerar tranquilidade para a sociedade. Já que ele tucanou, melhor explicar. A economia começa a andar com as próprias pernas, mesmo devagarinho, exatamente por causa da crise política. A tranquilidade que interessa é para os investidores e empresários voltarem a tocar o barco contra a maré da estagnação econômica. Voltar a investir, para ficar mais claro.
As lágrimas do ator Lázaro Ramos na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) ao ouvir o depoimento da professora Diva Guimarães valem mais que mil palavras, mas basta uma frase. Não é dele, é da professora Diva: “Sou uma sobrevivente pela educação. Com todo o preconceito e com todas as coisas, eu venci”.
Daí a necessidade de ficar mais claro que não é a economia a principal prioridade deste país, mas a educação, nos sentidos mais nobres dela, da persistência, da resistência das surras que Diva levou no colégio de freiras, do preconceito quando entra em uma loja e as atendentes desconfiam.
Nem é preciso alongar mais. Diva sobreviveu, Lázaro aplaudiu. Aplausos que todos os brasileiros devem repetir e ir além, seguir o exemplo, vigiar os políticos, proteger a Lava-Jato e, principalmente, mudar o país com o voto nosso de cada dois anos.
As lágrimas de Lázaro, dos negros, brancos, índios, mamelucos, os olhinhos puxados de japoneses ou chineses, tem mais? Tem. Os brasileiros acolhem todo mundo. Mas as lágrimas de Lázaro representam alegria. A tristeza política deixe pra lá.
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