Ah! Então é assim. Agora que não foi reeleito, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), esteve ontem com o presidente Michel Temer (PMDB) para pedir nada menos que R$ 300 milhões ao governo federal. Ele quer a liberação da verba baseado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A justificativa é que a prefeitura fez, com recursos próprios, já devidamente pagos às empreiteiras, obras que deveriam ser executadas por meio do PAC.
E olha que Haddad está chorando de barriga cheia. Ele já recebeu uma boa grana do PAC. E usou para quê? Para obras no autódromo de Interlagos e na Fábrica do Samba. Isso é que é prioridade. Agora, alega que precisa de dinheiro para cumprir programas da prefeitura principalmente na área de saúde. Nada saudável ter priorizado antes a velocidade e os tambores. Pois é o que ele faz agora, toca tambor na orelha de Temer para que ele libere o dinheiro bem rápido, como um carro de Fórmula 1.
Pelo jeito, Michel Temer vai deixar Haddad no acostamento. Foi o próprio prefeito que comentou que o presidente prometeu avaliar a questão “republicanamente”. Como é peemedebista e não tucano, Temer não deve subir no muro. Pelo jeito, Haddad terá de sentar e esperar. Afinal, ele próprio declarou: “Não se trata do presidente e do prefeito, se trata da União e da maior prefeitura do pais. É uma relação institucional”. A frase com o ‘não se trata’, diz tudo, não é necessário, muito menos difícil, decifrar.
Melhor passar ao que interessa. Enquanto o estado mais rico pede mais dinheiro, prepare o seu bolso. Não tem 15 dias que o presidente Michel Temer declarou que o governo está tentando evitar aumento de impostos. O verbo tentar seguido do evitar dá o que pensar. Uma tentativa de evitar pode fracassar, mas é justo registrar que pode também não ser necessário, pelo menos, por ora. O fim de ano, mesmo nesta crise, ajuda.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fez questão, no entanto, de prometer não aumentar mais a pesada carga tributária dos brasileiros. Bem, ele já fez isso ano passado, tributando os combustíveis. Tomara que agora cumpra a promessa.
As eleições são domingo e voltando ao que interessa, quantas promessas não fazem os candidatos. O que isso tem a ver com os impostos? Prometer agora, em plena campanha eleitoral, não aumentar a carga tributária é mais que previsível. Depois de fechadas as urnas do segundo turno e contados os votos é que são elas.