Assim que “desembarcou”, vindo da Europa, no terminal do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, o empresário Fernando Cavendish foi preso pela Polícia Federal e “embarcou” na viatura em direção ao Instituto Médico Legal (IML) para o exame de corpo de delito. Cavendish foi preso por causa da Operação Saqueador, que é um desdobramento da Operação Lava-Jato da Polícia Federal (PF). Lava-Jato? Ah! Então é por isso que ele não deu entrevista depois do “desembarque”, no saguão do aeroporto.
Enquanto isso, o Ministério Público Federal (MPF) vai recorrer da decisão de prisão domiciliar proferida pelo desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal (TRF), que concedeu o conforto do lar aos corruptos. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), não há previsão para a aquisição de tornozeleiras eletrônicas novas. O motivo? São problemas com o fornecedor. Ou será excesso de prisões domiciliares por causa das operações da Polícia Federal. Não, não é isso. Afinal, são poucos os que ficarão ou estão detidos em casa.
“Jornada pela Democracia”. E custa caro, muito caro, mas tem gente disposta a gastar dinheiro à toa, em vão. Foram mais de R$ 500 mil. Haja petista endinheirado. É a campanha de arrecadação para que a presidente afastada Dilmar Rousseff (PT) possa também “embarcar” para viajar pelo país, pregando a sua inocência. O presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), só permitiu o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) no trajeto entre Porto Alegre e Brasília. E vice-versa, é óbvio.
Como não “embarco” em fato praticamente consumado, que é o impeachment, é melhor aterrissar e destacar as turbulências nossas de cada dia que são descobertas quase todos os dias pela Polícia Federal. Pelo menos, os passageiros balançam no voo da corrupção.