No Brasil é assim. O que começa errado termina pior ainda. Enquanto os olhos e ouvidos dos brasileiros estavam atentos à transmissão pela TV da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), as conversas e até discursos no plenário da Câmara dos Deputados tratavam de quanto vai custar. É isso mesmo. Entre liberação de emendas parlamentares e até mesmo em dinheiro vivo – chegou a ser citado em discurso da tribuna – as cifras eram milionárias. A guerra política começou da pior maneira possível.
Enquanto o Banco Central (BC) divulgava que as pedaladas fiscais – o argumento para o pedido de impeachment – da presidente Dilma foram aceleradas em seu governo, a fila para discursar na comissão tinha espetáculo deprimente, que também merecia Conselho de Ética, de deputados praticamente se atracando para falar. Deprimente, em momento tão sério na política nacional. Mas todos queriam “aparecer”.
E o toma lá dá cá, agora, tem prazo determinado. Primeiro “dá cá” os votos contra o impeachment. Depois, “toma lá” os cargos prometidos. E quem anunciou com todas as letras foi a própria presidente Dilma Rousseff. Ela fez questão de avisar que a reforma ministerial só virá depois da votação do impeachment. Então, tá!
E o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para colocar mais um pouco de confusão nesse cenário já complicado, avisa que é a favor de antecipar as eleições gerais. Como Renan, o único sobrevivente do escândalo Collor em cargo importante de bobo nada tem, é certo que aí tem!
É por essas e outras que o país está estagnado, não cresce, não investe, não emprega. Não é só o eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff que desanima o empresariado, que tira a esperança do desempregado. É o conjunto da obra tocada pelos políticos mais poderosos e importantes do país.