Se a presidente Dilma Rousseff (PT) cumprir a sua agenda deste fim de semana, sem compromissos oficiais, os brasileiros poderão descansar um pouco de ouvir o refrão “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, que ela passou os últimos dias falando como se fosse um samba de uma nota só.
Aliás, nem precisava. O porta-voz oficial fez o papel em discurso em manifestação em Fortaleza, no Ceará. “Como constitucionalista, como professor de direito, Temer sabe que o impeachment é golpe”, fez questão de dizer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), citando os conhecimentos jurídicos do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
Ah! Lula estava animado. E torcendo. “Na próxima quinta-feira, se tudo der certo, se a Corte Suprema aceitar, eu estarei assumindo o ministério. Eu volto para ajudar a companheira Dilma.” Se isso acontecer, o Brasil terá novo presidente sem passar por eleições. Lula decide, Dilma assina. O Diário Oficial da União publica.
O Palácio do Planalto entra a semana com seus inquilinos animados. Eles acham que estancaram a crise com os aliados. Bem, pode até ser, já que a política é como nuvem. Só que a presidente Dilma ainda não tem número suficiente de deputados para barrar a abertura do processo de impeachment. E Lula, que poderia organizar as coisas, corre sério risco de ser implicado na Operação Lava-Jato.
E o fantasma do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel voltou a assombrar a cúpula petista, agora que voltou à tona com as investigações da Operação Lava-Jato da Polícia Federal. A equipe do juiz Sérgio Moro trouxe o crime à tona e até prisões já foram feitas.
Crimes do passado, Lula no Supremo, processo de impeachment na Câmara dos Deputados, a política brasileira não dá trégua. Passa uma semana conturbada e chega outra prometendo novas e fortes emoções.