Editorias de todos os jornais e revistas do país, colunistas, formadores de opinião e meios de comunicação de toda espécie têm noticiado (objetiva e subjetivamente) a importância de o ex-presidente Lula apresentar as devidas explicações sobre os indícios que pesam contra sua índole (compra de MPs, triplex no Guarujá, sítio em Atibaia, promiscuidade com empreiteiras) para dar à presidente Dilma e ao PT argumentos para defendê-lo. Ora, por mais rotineira que a corrupção tenha se tornado no Brasil, deveria a imprensa perder a capacidade de se indignar?
Lula tem que dar explicações à Justiça e aos brasileiros que pagaram seu salário de deputado federal e presidente da República. Estamos diante do maior caso de corrupção da história da humanidade, mas parece que alguns setores da sociedade ainda não captaram essa realidade. Entre eles, em especial, há a oposição. A República tupiniquim vive a maior crise desde sua proclamação, em 1889, sem ter uma oposição à altura.
Tivemos em janeiro um mar de lama jorrando pelo noticiário, e onde estavam os parlamentares de oposição? De férias? Crise econômica é superada com estabilidade política, e essa não será alcançada com esse projeto criminoso de poder, com nome de partido na Presidência. Ou a sociedade civil se auto-organiza novamente, com massiva participação, a imprensa retoma sua natureza de inconformismo e a oposição acorda, ou o Brasil segue ladeira abaixo com o ‘lulopetismo’ sem freio.