Solaris é um livro de ficção científica de 1961 escrito pelo polonês Stanisaw Lem. Em 1972, foi tema de um filme de ficção científica, dirigido por Andrei Tarkovski. Em 2002, ganhou uma nova versão, só que, dessa vez, dirigido por Steven Soderbergh. Ah! E é ainda um personagem de histórias em quadrinhos, um ex-membro dos X-Men. Agora, Solaris é nome de um condomínio no Guarujá (SP) e alvo da nova fase da Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que, ontem, fez buscas em todos os apartamentos.
Os agentes da PF, se necessário, ajoelham-se e juram de pés juntos que a operação não teve como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Só que todo mundo sabe que não é segredo para ninguém – e o próprio Instituto Lula, em nota, como sempre faz, admite – que Marisa Letícia, a ex-primeira-dama, possui cota de um empreendimento no Guarujá. Não dá mais detalhes, a não ser que a cota foi adquirida da extinta Bancoop. E faz questão de ressaltar que as informações foram devidamente prestadas à Receita Federal.
É, no mínimo, curioso que a nova fase da Lava-Jato tenha sido marcada para a véspera da retomada das reuniões do chamado Conselhão, que reúne de artistas, políticos a alguns dos mais influentes e bem-sucedidos empresários do país. E olha que muitos deles têm boa relação com o ex-presidente Lula. O risco de um grande constrangimento é alto. Já imaginou se Lula resolve aparecer? É pule de 10 que não vai.
Embora a nota do Instituto Lula seja lacônica e sem detalhes e a Polícia Federal evite tratar do assunto publicamente, investigadores da Operação Triplo X, o novo batismo da 22ª operação da Lava-Jato, adiantam que há “alto grau de suspeita sobre a titularidade dos imóveis”. Como para bom entendedor meia palavra basta, nem é necessário multiplicá-la por seis para atingir o triplo.