Enquanto espera o ano novo chegar, o presidente Michel Temer (PMDB) faz de conta que nele não terá problemas a resolver. Muito antes pelo contrário, anda livre, leve e solto em suas andanças pelo país. Ontem, foi a vez do Nordeste, mais especificamente, Maceió, a capital de Alagoas.
Para deixar de lado o pesadelo econômico que assola os brasileiros, fez questão de frisar que sonha ter como reconhecimento de seu mandato o fato de ser o “maior presidente nordestino que passou pelo Brasil”. Vale ressaltar que Michel Temer é filho de libaneses, absolutamente legítimo, por parte de pai e de mãe.
E olha que no Líbano tem até rua com o nome Michel Temer. Se algum libanês estivesse em Maceió, era capaz de ela ser interditada.
Bom, melhor deixar o Líbano para lá, o país que mais recebe refugiados sírios que fugiram da guerra, e voltar ao que interessa. O presidente Temer anunciou a liberação de verba para o combate à seca. São mais de R$ 750 milhões para os estados atingidos pela prolongada – e põe prolongada nisso – estiagem que devastou as lavouras, esvaziou os açudes e deixou rios praticamente no meio da lama.
Para ressaltar o “tanto” que fez pelo Nordeste, melhor deixar o próprio presidente Michel Temer se vangloriar: “Vocês ouviram aqui um grande debate de tudo o que o governo federal está fazendo para o Nordeste. Naturalmente, tudo isso passa pela minha mesa. É que eu tenho um objetivo e um sonho. Meu objetivo e meu sonho é que, ao final do meu mandato, embora sendo eu de São Paulo, vocês possam dizer que esse foi o maior presidente nordestino que passou pelo Brasil”.
A solenidade foi de manhã e Temer correu para o avião presidencial, aquele novo, já que o Sucatão, bem, deixa pra lá, o próprio apelido explica. Destino: São Paulo. Só não vou dizer “então, tá” porque o maior estado nordestino é São Paulo. Temer se sente em casa, tanto lá como em Alagoas.
Melhor deixar as origens para lá e partir para o que interessa do ponto de vista político. E aí fica pior ainda. A ida para Alagoas tem como motivo fazer um afago no ainda presidente do Senado, pelo menos até o fim do recesso no Judiciário, nem precisa explicar o motivo. É que Alagoas é terra de Renan Calheiros (PMDB-AL).
Ah! Para finalizar, não custa lembrar Bibo Pai, Bob Filho, já que o governador de Alagoas, Renan Filho, também um peemedebista como Temer, que foi presidente do PMDB várias vezes antes de subir a rampa do Planalto. A desculpa é boa. Faz de conta que o afago a Renan é o filho, bem entendido.
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