Onde estamos? Para onde vamos? São as perguntas que os brasileiros se fazem diante das crises política e econômica. A rigor, para onde vamos é uma incógnita. Onde estamos, é mais fácil saber. Há um pedido de impeachment da presidente da República em discussão. E há um desejo de mudanças da população, como indicam todas as pesquisas com índices recordes de rejeição a Dilma Rousseff (PT), que conseguiu bater os do hoje senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), quando foi afastado do Palácio do Planalto e acabou perdendo o mandato.
E qual é a previsão do tempo do serviço de meteorologia para os próximos dias, mais provavelmente meses: céu cheio de nuvens, sujeito a chuvas e tempestades acompanhadas de granizo e descargas elétricas por raios. O PT começa a levantar a voz e a fazer ameaças contra o que chamam – palavras da própria presidente Dilma – de golpe da direita. Só que o partido também execra em público um de seus senadores outrora mais respeitados, Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na Polícia Federal.
Os problemas não param por aí. A Operação Lava-Jato já tomou o depoimento do filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e está bem perto de convocá-lo pessoalmente para dar algumas explicações. Ah! E tem o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, que já teve uma conversa com os senadores tucanos, capitaneados pelo presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG).
A saída do ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS) do governo é sintomática. Ele é fiel escudeiro de Temer, hábil negociador e ficará encarregado de comandar as articulações entre os peemedebistas em favor de abrir a vaga para o vice-presidente. Depois de estar em praticamente todos os governos desde a redemocratização, mas em papel secundário, de coadjuvante, o PMDB agora pode ter o presidente da República. Isso, se Temer escapar da ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que estuda pedir a cassação da chapa inteira.