O saco de maldades do governo federal para tapar a irresponsabilidade fiscal em que se meteu por ter atrasado as medidas necessárias por causa da campanha eleitoral, pelo jeito, não tem fundo. As vítimas agora são os aposentados. O Conselho Nacional da Previdência Social subiu os juros do empréstimo consignado. Com desconto na folha de pagamento, eles vão de 2,14% para 2,34%. No cartão de crédito, pulam de 3,06 para 3,36%. Não é nada, não é nada, mas dói no bolso dos bons velhinhos.
Por outro lado, enquanto onera os aposentados, o governo não cumpre a sua parte no combate à dengue. Muito antes pelo contrário. De acordo com o site Contas Abertas, só repassou aos estados e municípios, do início do ano até setembro, 23% dos recursos previstos para enfrentar o mosquito Aedes aegypt. Só para registro: o número de mortes por causa da doença já está em quase 700 só este ano.
Enquanto isso, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) tira as investigações na Eletronuclear das mãos do juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Operação Lava-Jato no escândalo que atinge a Petrobras. O caso vai para a Justiça Federal do Rio de Janeiro.
E o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) resolveu dar pitaco na crise política. Sugeriu à presidente Dilma Rousseff (PT) que pedisse as reformas de que o Brasil precisa em troca de renunciar à Presidência da República. E justificou dizendo que ela negocie com o Congresso “para criar um clima positivo no país”.
Pelo que se viu acima, Dilma jamais aceitaria a sugestão de Fernando Henrique. São palavras ao vento, que nada acrescentam para resolver a crise em que o Brasil está enfiado. Mas o impeachment ainda é um fantasma rondando o Palácio do Planalto.
E quem tem em mãos o destino do processo de impedimento de Dilma? O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atolado de denúncias contra ele. E faz chantagem com o “poder” que tem nas mãos, apesar de tudo.