Foi em tom de brincadeira, depois de ir às compras em Nova York, onde participa da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que a presidente Dilma Rousseff (PT) conversou com os repórteres que a acompanham. A certa altura, o assunto passou a ser bicicletas. A certa altura, foi lembrado que Dilma ajuda os ciclistas que caem.
E aí veio a frase emblemática: “Todos nós que podemos cair temos que ser solidários”. E, depois de uma pausa, ainda completou: “No sentido amplo da palavra”. Sintomático. Bicicleta, pedaladas fiscais, pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados. Um enredo que parecia ser de um script pré-concebido, mesmo que sem querer.
Enquanto isso, por meio de sua fundação, o PT volta a atacar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por causa de sua política econômica. Pelo jeito, acharam o Cristo para crucificar diante da brutal recessão que o país enfrenta, fruto da falta de providências durante a campanha eleitoral. A reeleição trouxe junto a recessão.
A descontração da presidente Dilma Rousseff não deve durar muito tempo. Na volta ao Brasil, voltam também os problemas. O vice-presidente Michel Temer (PMDB), no exercício da Presidência da República e ex-presidente da Câmara dos Deputados, que conhece bem, admitiu a um grupo de empresários em São Paulo que duvida da aprovação da CPMF no Congresso.
E o ministro Jaquim Levy teve que ouvir queixas do empresariado, principalmente em relação à volta da CPMF. E, pelo jeito, deu motivos para o PT pedir a sua cabeça. Se os empresários gostam do que ele disse, os petistas devem detestar.
A presidente Dilma deveria seguir a música eternizada por Frank Sinatra e querer acordar na cidade que nunca dorme. E despertar para enfrentar os problemas na volta ao Brasil.