Professor Pasquale |
Sem dúvida alguma a internet trouxe muita coisa boa para nossas vidas. Mas, também trouxe algumas temeridades. Por exemplo, a maneira com que as pessoas estão escrevendo está indo de mal a pior. Esse bando de gente escrevendo “corrão”, “bons drink”, “todos chora” ou “comofas” na internet, mas antes de ficar “chatiado” tá difícil e encarar.
A maioria das gírias estilo “CORRÃO” (que significa corram, do verbo correr) são derivadas do tiopês que, por sua vez, deriva dos erros de português medonhos que a gente via no Orkut. Foi nessa época/rede que nós “daselite” começamos a nos deparar com o Brasil verdadeiro, o Brasil que tem 30% de sua população analfabeta.
Escrever com gírias tudo bem, só que o que mais tem é gente escrevendo errado mesmo, por exemplo: como fasso, estalar (instalar), conserto x concerto, voçê, emprisionado (impressionado), mim ajude, seje, "perca" de tempo, conhecidencia... e por aí vai... não sou nenhum Pasquale, mas o pessoal exagera nos erros. O pior de tudo é que a maioria está em idade escolar (15 a 25 anos).
Outra coisa que me deixa maluco é quando eu aceito a amizade de alguém no FaceBook, e a pessoa me responde com um sonoro “bem-vindo! ”. É como se eu fosse visitar um amigo e dissesse, no momento em que em que a pessoa abre a porta: “bem-vindo”, amigo! Quem diz bem-vindo é o dono da casa - o anfitrião - e não o convidado. Estão invertendo as coisas!
Essa opção, rebelde, pelo direito de escrever errado, não pode dar certo. É notório que, com a popularização da internet (e das mensagens de celular) criou-se uma "nova linguagem", o famigerado "internetês". Este consiste em abreviatura de palavras ('q' ao invés de 'que'; 'vc' ao invés de 'você'), em substituição de grafias para simplificação ('kro' em lugar de 'quero'), enfim, em uma linguagem mais "simples", que, embora de gosto deveras duvidoso (ok, não vou ser politicamente correto: eu odeio!), ainda assim é utilizada com consciência.
Vale dizer: a pessoa sabe que está escrevendo errado, mas abrevia pela preguiça de escrever a palavra completa. O mesmo vale, como disse no início, para a supressão de acentos e, em alguns casos, para a supressão do "r" e do "s" ao final de verbos e plurais, respectivamente. Ocorre que estamos (nós, brasileiros, na média) em um nível de mediocridade que está beirando o insuportável e tem que ser dado um basta nisso - antes que daqui a pouco será "preconceito linguístico" não contratar um funcionário só porque ele não teve bom desempenho em um ditado.
Mas, como não sou o dono da verdade, de repente, a internet é livre e viva o bundalelê não é mesmo? kem mamda aqui é nois e o qui inporta eh paçar a mençagem naum eh mexmo? Rasgem as gramáticas e viva la revolución, afinal nada mais revolucionário que ser um analfabeto que ao invés de ser incentivado a aprender a forma correta, é carregado pelos braços e aplaudido por estar se comunicando, olha que beleza. Próximo passo? Convencer provas de vestibular, bancas julgadoras de mestrado, revisores de artigos científicos e deixar rolar o "naum" e o "corrão" (passado), pois, estamos nos comunicando e nada mais importa. E viva a banalização da língua portuguesa...
A maioria das gírias estilo “CORRÃO” (que significa corram, do verbo correr) são derivadas do tiopês que, por sua vez, deriva dos erros de português medonhos que a gente via no Orkut. Foi nessa época/rede que nós “daselite” começamos a nos deparar com o Brasil verdadeiro, o Brasil que tem 30% de sua população analfabeta.
Escrever com gírias tudo bem, só que o que mais tem é gente escrevendo errado mesmo, por exemplo: como fasso, estalar (instalar), conserto x concerto, voçê, emprisionado (impressionado), mim ajude, seje, "perca" de tempo, conhecidencia... e por aí vai... não sou nenhum Pasquale, mas o pessoal exagera nos erros. O pior de tudo é que a maioria está em idade escolar (15 a 25 anos).
Outra coisa que me deixa maluco é quando eu aceito a amizade de alguém no FaceBook, e a pessoa me responde com um sonoro “bem-vindo! ”. É como se eu fosse visitar um amigo e dissesse, no momento em que em que a pessoa abre a porta: “bem-vindo”, amigo! Quem diz bem-vindo é o dono da casa - o anfitrião - e não o convidado. Estão invertendo as coisas!
Essa opção, rebelde, pelo direito de escrever errado, não pode dar certo. É notório que, com a popularização da internet (e das mensagens de celular) criou-se uma "nova linguagem", o famigerado "internetês". Este consiste em abreviatura de palavras ('q' ao invés de 'que'; 'vc' ao invés de 'você'), em substituição de grafias para simplificação ('kro' em lugar de 'quero'), enfim, em uma linguagem mais "simples", que, embora de gosto deveras duvidoso (ok, não vou ser politicamente correto: eu odeio!), ainda assim é utilizada com consciência.
Vale dizer: a pessoa sabe que está escrevendo errado, mas abrevia pela preguiça de escrever a palavra completa. O mesmo vale, como disse no início, para a supressão de acentos e, em alguns casos, para a supressão do "r" e do "s" ao final de verbos e plurais, respectivamente. Ocorre que estamos (nós, brasileiros, na média) em um nível de mediocridade que está beirando o insuportável e tem que ser dado um basta nisso - antes que daqui a pouco será "preconceito linguístico" não contratar um funcionário só porque ele não teve bom desempenho em um ditado.
Mas, como não sou o dono da verdade, de repente, a internet é livre e viva o bundalelê não é mesmo? kem mamda aqui é nois e o qui inporta eh paçar a mençagem naum eh mexmo? Rasgem as gramáticas e viva la revolución, afinal nada mais revolucionário que ser um analfabeto que ao invés de ser incentivado a aprender a forma correta, é carregado pelos braços e aplaudido por estar se comunicando, olha que beleza. Próximo passo? Convencer provas de vestibular, bancas julgadoras de mestrado, revisores de artigos científicos e deixar rolar o "naum" e o "corrão" (passado), pois, estamos nos comunicando e nada mais importa. E viva a banalização da língua portuguesa...