Já está virando chavão, mas não dá para resistir. O Brasil é mesmo o
país da piada pronta. Bem, neste caso, da piada quase pronta. No
despacho em que o ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
Federal (STF), concedeu ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) o
direito de cumprir o restante da pena em regime domiciliar, o magistrado
escreveu que ele teve “ótimo comportamento”. Ainda bem que a frase
completa é: “Ótimo comportamento carcerário”. Ah, bom!
Roberto
Jefferson deve estar bem de vida. Para ter a progressão do regime para
prisão domiciliar, pagou multa total de R$ 840.862,54. E com valor
corrigido pela inflação. Como só agora a carestia chegou com mais força,
ainda deu sorte. E o ministro anotou: “Requisito indispensável” para
que ele possa volta para casa.
O delator do escândalo do mensalão
pagou e saiu feliz da vida. Recepcionado pela mulher, Ana Lúcia Novaes,
fez questão de declarar logo na saída da Casa do Albergado no Rio, onde
estava preso, sem se preocupar com o português: “Tô bem. Tá pago. Ainda
tenho tempo para cumprir. Tô em paz. Agora vou poder me cuidar melhor.
Vou namorar muito”. Continua o mesmo fanfarrão de sempre, que detonou o
maior escândalo envolvendo alguns dos principais caciques petistas na
época.
Mas o perigo ainda estava por vir. Sobre seu futuro,
Jefferson falou que estava trabalhando como auxiliar de escritório. E
anunciou que iria tentar “saber se eu posso avançar como consultor”,
acrescentando: “Vou colocar em prática o que eu sei fazer”. Iiiiih! Será
que vem outro mensalão por aí? É o que Jefferson sabe fazer de melhor. O
escândalo da Petrobras que se cuide.
Roberto Jefferson entrou
para a história política brasileira pela porta dos fundos, pelo caminho
da corrupção. Mas é uma figura. No folclore político nacional, tem
direito a cadeira cativa. E na fila da frente.