“O Brasil vive um momento de confusão generalizada, em que vaca
não reconhece bezerro.” Assim o presidente nacional do PSDB, senador
Aécio Neves (MG), faz um resumo sobre a atual situação política em
temporada de protestos convocados país afora.
Ele destaca que é um movimento espontâneo, que só depois ganhou apoio de partidos, entre eles, o seu PSDB. “É uma crise moral, que irrita todo mundo, e uma crise econômica, que irrita ainda mais por causa da mentira o tempo todo na campanha eleitoral do ano passado”, avalia o senador tucano, ciente de que é preciso ter cuidado e fazer uma análise criteriosa e cuidadosa do momento que o Brasil enfrenta.
O problema, que é avaliação feita por 10 entre 10 integrantes da oposição, é que a presidente Dilma contou uma história na campanha que nada tinha de verdadeiro. E não foi capaz de fazer nem a mea culpa diante de seus eleitores. E pior, diz Aécio, “joga a culpa para a crise internacional, que nem existe mais, e na seca”.
Uma postura que acabou levando a aumentar o seu desgaste e a revolta do eleitorado. Não é à toa que ela caiu tanto nas pesquisas, com tão pouco tempo de segundo mandato. E tende a cair ainda mais, com o agravamento da recessão, a falta de investimentos do governo federal e, claro, o risco de racionamento de água e energia.
Além de anunciar que não pretende participar dos protestos, o senador mineiro faz questão de deixar bem claro que o impeachment de Dilma não é agenda do PSDB, muito antes pelo contrário. “É preciso desmistificar esta história. O PT iniciou a campanha que culminou no impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Era democracia. Agora que a situação se inverteu e a insatisfação se volta para o PT, virou golpe”.
A situação econômica, por si só, já é muito delicada e acirra os ânimos. Misturar com a política pode produzir problemas maiores ainda.