Criticada por um colega juiz federal de estar "fazendo birra de adolescente",
por incluir um par de lésbicas entre as pessoas participantes de um
casamento coletivo em Santana do Livramento, na sede de um centro de
tradições gaúchas, a juíza Carine Labes enfrentou outras farpas.
Mas se saiu bem. Primeira: alguma(s) pessoa(s) resolveu (ram) - tal qual a inquisição medieval - provocar um incêndio para queimar aquilo que supostamente simbolizava a intolerância e incompreensão. Ela não se abateu.
Mas se saiu bem. Primeira: alguma(s) pessoa(s) resolveu (ram) - tal qual a inquisição medieval - provocar um incêndio para queimar aquilo que supostamente simbolizava a intolerância e incompreensão. Ela não se abateu.
Segunda: diante da impossível tentativa de reformar o prédio queimado
para manter ali a cerimônia matrimonial, a magistrada fez o óbvio:
deslocou o evento para a sede forense - decorada com objetos gauchescos -
onde teve, habilmente a prestigiá-la, a presença do próprio presidente
do TJRS - e hoje governador interino - José Aquino Flôres de Camargo.
Terceira: numa entrevista, um colunista de Santana do Livramento questionou Carine:
- Doutora, a senhora é lésbica ?
Antes mesmo que ela respondesse, o entrevistador explicou que formulara a pergunta em função da insistência dela de fazer o casamento homoafetivo dentro de um CTG.
- Doutora, a senhora é lésbica ?
Antes mesmo que ela respondesse, o entrevistador explicou que formulara a pergunta em função da insistência dela de fazer o casamento homoafetivo dentro de um CTG.
Sem se alterar, Carine respondeu: "Não, eu não sou lésbica".
E depois de um olhar firme e um sorriso amigável para o jornalista, complementou:
- Tenho 34 de idade, tenho marido, sou bem casada, não tenho filhos.
Natural de Lajeado (RS), agora na cidade de Santana do Livramento ela é apontada como "a juíza de faca na bota".
Expressão gauchesca
Linguajar vulgar gaúcho para demonstrar tratamento com rigidez, severidade e demonstração de rudeza, "mulher de faca na bota" ocupa também espaços nos saites de busca.
Leonardo Silveira Ritta, traz uma original explicação em Yahoo Respostas:
"Faca na bota se refere às mulheres de outrora. Não a todas elas, mas a algumas.
Nos tempos em que meu bisavô frequentava os chinaredos da região onde morava, não era muito raro um cara se exceder no trago e se passar com as gurias do estabelecimento.
Quando dava arranca-rabo, os homens, mesmo com um pouco de álcool no sangue, conseguiam agarrar e até bater nas meretrizes. Hoje, se alguém faz isso, apanha dos seguranças.
Pois outrora, aquelas mulheres tinham que se garantir, não é? Mas como se defender de homens fortes e um pouco alterados? Nada melhor do que um punhal.
Então, na entrada do inferninho, as mulheres mostravam à dona do estabelecimento o que levavam consigo: uma faca escondida na bota.
Se fechasse a rosca, a vítima desembainhava a xerenga e resolvia.
Simples, fácil e um pouco cruel".
Expressão gauchesca
Linguajar vulgar gaúcho para demonstrar tratamento com rigidez, severidade e demonstração de rudeza, "mulher de faca na bota" ocupa também espaços nos saites de busca.
Leonardo Silveira Ritta, traz uma original explicação em Yahoo Respostas:
"Faca na bota se refere às mulheres de outrora. Não a todas elas, mas a algumas.
Nos tempos em que meu bisavô frequentava os chinaredos da região onde morava, não era muito raro um cara se exceder no trago e se passar com as gurias do estabelecimento.
Quando dava arranca-rabo, os homens, mesmo com um pouco de álcool no sangue, conseguiam agarrar e até bater nas meretrizes. Hoje, se alguém faz isso, apanha dos seguranças.
Pois outrora, aquelas mulheres tinham que se garantir, não é? Mas como se defender de homens fortes e um pouco alterados? Nada melhor do que um punhal.
Então, na entrada do inferninho, as mulheres mostravam à dona do estabelecimento o que levavam consigo: uma faca escondida na bota.
Se fechasse a rosca, a vítima desembainhava a xerenga e resolvia.
Simples, fácil e um pouco cruel".