As eleições de 2014 frequentam o noticiário
político e econômico desde o ano passado com excepcional assiduidade. Em razão
das especulações em torno do movimento Volta, Lula, o PT lançou Dilma como
candidata do partido à reeleição. O fato obrigou as demais agremiações a
antecipar a definição de postulantes sobretudo à Presidência da República. Mas,
salvo para os especialistas e os diretamente relacionados com o tema, a corrida
começa hoje.
Com o programa eleitoral gratuito, a campanha
entra na do eleitor pela porta da frente da residência. Candidatos a cargos majoritários e
proporcionais se apresentarão para conquistar o voto dos brasileiros em
outubro. São, no total, nada menos de 26 mil pessoas que ambicionam mandato de
presidente da República, governador de unidade da Federação, senador e deputado
(federal, estadual e distrital). Mantida a tradição, boa parte deles virão embalados
para presente, cuidadosamente preparados por marqueteiros para o sucesso nas
urnas.
Talvez seja essa a razão por que tantos eleitores
se neguem a assistir a farsas montadas com o explícito propósito de enganar os
desavisados. Vale lembrar, porém, que o país vive realidade diferente das
observadas em pleitos anteriores. Dois fatos chamam a atenção. Em primeiro
lugar, a mobilização do povo. Há pouco mais de um ano, jovens ocuparam as ruas
do país para reivindicar mudanças. Deixaram claro que não só estão atentos, mas
também não querem "o que está aí".
Em segundo lugar, a popularização das mídias
sociais, que reproduzirão em boa parte o conteúdo dos programas no rádio e na
tevê. O falar sem dizer, as promessas vazias, a criação de ilhas da fantasia são
resquícios de tempos passados que se espera estejam enterrados nas brumas do
atraso. A contemporaneidade exige debate, verdade, participação. É hora de
mostrar propostas — soluções efetivas para desafios que emperram o
desenvolvimento e comprometem a qualidade de vida de crianças e adultos.
É o caso da infraestrutura. Quais as saídas
viáveis para resolver o problema da escassez de energia, que encarece a
produção e inibe aplicação de grana. Quais as respostas para o escoamento da produção? As rodovias,
além de servirem de palco permanente para acidentes que roubam vidas, não
respondem às urgências do setor, contribuem para o desperdício, o aumento dos
custos e a demora nas entregas. Daí a urgência de ativar outros modais, como
hidrovias e ferrovias. Nas cidades entulhadas de carros, quais as medidas para
melhorar a mobilidade urbana e destravar o trânsito?
Mais: a carga tributária será reduzida, a
burocracia racionalizada, o Estado modernizado? E a segurança? O Brasil
registra mais homicídios que países em guerra. A saúde vai deixar a UTI? Que
providências acabarão com as filas, tirarão os internos dos corredores e darão
atendimento à altura dos impostos que pagamos? A educação terá o salto
qualitativo que a retirará da linha de reprovação? São perguntas urgentes que
impõem respostas viáveis. São as respostas que municiarão o eleitor na hora de
teclar a urna.