Causa espanto o silêncio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos tribunais regionais diante das campanhas antecipadas que os pré-candidatos à Presidência da República têm feito Brasil afora. Eles prometem tudo e mais um pouco, sem nenhum constrangimento, diante de plateias arranjadas e compradas para produzir aplausos.
Que eu saiba, as
campanhas só estarão liberadas em 5 de julho. A omissão de fiscalização
por parte dos órgãos responsáveis só confunde ainda mais o já perdido
eleitor. Na outra ponta, os dados estatísticos do TSE quanto aos gastos
para estruturar uma eleição e a recorrente ausência do eleitor e do
número de votos nulos mostram que o atual modelo de eleições está
cansado, desgastado e obsoleto. A tecnologia da biometria acelera o
processo de voto, mas não afasta o descontentamento do eleitor, pela
obrigatoriedade de ir às urnas.
Se continuar dessa forma, o número de
eleitores ausentes, votando em branco ou anulando o voto vai aumentar
ainda mais. Se o voto não fosse obrigatório, talvez os políticos
tomassem mais consciência de seus papéis no cenário público e, aí sim,
poderíamos ter uma política mais decente no país. O órgão que cuida de
disciplinar a propaganda eleitoral e o pleito não pode ignorar os atos
precipitados dos principais candidatos à Presidência. São discursos
inócuos, apelativos, repetitivos e sem nenhuma visibilidade do que
possam ser mudanças. Assim, ficamos sem saber o que pode avançar de
fato.