A oposição não acredita que a vitória do Brasil na Copa do Mundo possa ter algum tipo de influência positiva para Dilma Rousseff nas eleições de outubro. Mesmo com a insistência da presidente em ressaltar os feitos da Seleção canarinho e o papel de liderança exercido pelo técnico Luiz Felipe Scolari, adversários da petista acreditam que não há como vincular uma coisa à outra. “As pessoas sabem diferenciar exatamente quem governa e quem arma o jogo, cabeceia e faz o gol”, resumiu o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP).
Para o tucano, foi-se o tempo em que era possível atrelar as duas coisas. “O povo não é bobo. O que ocorre dentro do campo tem efeitos restritos a ele”, completou Aloysio. O senador paulista — um dos cotados para ser vice do presidenciável do PSDB, Aécio Neves — também não acha que um fracasso na Copa poderá trazer maiores prejuízos à campanha. “O custo da Copa já está precificado. Este Mundial está regido pelo signo do desperdício, do aumento do gasto público, da inversão de prioridades”, enumerou. “Do campo para dentro, depende dos jogadores. Do campo para fora, restringe-se unicamente ao candidato”, disse.
Outro cotado para ser vice na chapa de Aécio, caso a opção seja feita por um nome do DEM, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) acredita que, se a vitória não é capaz de potencializar votos para a presidente, por outro lado, uma eliminação precoce da Seleção poderá amplificar algumas queixas. “O país está estrangulado em seus serviços básicos, como hospitais, aeroportos e mobilidade urbana. As insatisfações da população poderão ser anestesiadas durante os jogos, mas, após a Copa, voltarão.