Merece ser amplamente discutido pela sociedade e votado urgentemente o
Projeto de Lei nº 7.270/2014, que regulamenta o uso, o cultivo e o
comércio da maconha no Brasil. As diversas marchas e o recorde de
aprovações nas enquetes do Senado e da Câmara dos Deputados revelam que a
maioria da sociedade, dos setores do Legislativo e do Judiciário e até
da polícia aprovam a descriminalização da erva como forma de minimizar a
criminalidade, diminuir a população carcerária, retirar parte do lucro
do crime organizado e gerar arrecadação aos cofres públicos, criando
empregos e renda. Ressalto que os Estados Unidos sempre foram moralistas
e até tentaram proibir o consumo do álcool nos anos 1930 e,
consequentemente, fortaleceram as máfias e aumentaram a criminalidade e
os custos do aparato repressivo. Porém, atualmente, só na Califórnia, a
maconha movimenta US$ 1 bilhão por ano e gera mais de US$ 100 milhões em
impostos para o governo, sendo parte da arrecadação destinada à
prevenção do uso e tratamento de pessoas que abusam da substância. É
apenas uma questão de tempo para que a sociedade e nossos representantes
percebam que a proibição só gera prejuízos, visto que somos incapazes
de impedir o uso de drogas pelos cidadãos e que os maiores revendedores
são figurões acima de qualquer suspeita e intocáveis pela lei. Ou será
que os governos em crise continuarão a ignorar um mercado que movimenta
um montante tão grande de dinheiro?