Há um estranho calendário político envolvendo o engenheiro Nestor
Cerveró. Em 2006, ele trabalhava na Diretoria Internacional da Petrobras
e foi responsável pelas negociações que resultaram na compra de 50% da
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Dois anos depois, em 2008,
assumiu a Diretoria Financeira da BR Distribuidora. Continuou lá em
2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e até março de 2014. Praticamente seis
anos. Apontado como responsável pelo escândalo bilionário envolvendo o
negócio com a empresa norte-americana pela própria presidente Dilma
Rousseff, Cerveró ficou no cargo na quarta-feira, na quinta-feira e foi
demitido na sexta-feira. Três dias.
Nesses anos todos, incluindo uma disputa judicial perdida pela Petrobras, o valor da compra, que era de US$ 360 milhões subiu para US$ 1,12 bilhão. Tudo isso sem que qualquer controle contábil fosse detectado, sem que uma auditoria tenha sido feita. Afinal, foi negócio aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras, na época presidido pela então ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, tida e havida como a competente gerente do governo Lula. A alegação é que o negócio foi aprovado com base em um relatório incompleto, embora executivos da empresa digam que o completo estava disponível.
O certo é que, além do desastre empresarial com a refinaria de Pasadena, há mais coisas entre o céu e as águas profundas do pré-sal e as contratações para a construção de plataformas.
Não é à toa que a base governista no Congresso teme tanto a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os negócios da maior empresa brasileira. A transparência com o dinheiro público, pelo jeito, vai ficar escondida debaixo da escuridão do petróleo para não aparecer.
Ainda mais em ano eleitoral. Já imaginou uma CPI com tanto combustível estocado para se torna?
Nesses anos todos, incluindo uma disputa judicial perdida pela Petrobras, o valor da compra, que era de US$ 360 milhões subiu para US$ 1,12 bilhão. Tudo isso sem que qualquer controle contábil fosse detectado, sem que uma auditoria tenha sido feita. Afinal, foi negócio aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras, na época presidido pela então ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, tida e havida como a competente gerente do governo Lula. A alegação é que o negócio foi aprovado com base em um relatório incompleto, embora executivos da empresa digam que o completo estava disponível.
O certo é que, além do desastre empresarial com a refinaria de Pasadena, há mais coisas entre o céu e as águas profundas do pré-sal e as contratações para a construção de plataformas.
Não é à toa que a base governista no Congresso teme tanto a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os negócios da maior empresa brasileira. A transparência com o dinheiro público, pelo jeito, vai ficar escondida debaixo da escuridão do petróleo para não aparecer.
Ainda mais em ano eleitoral. Já imaginou uma CPI com tanto combustível estocado para se torna?