Imersos ao caos, personificado pela desigualdade social, pelo
banditismo, pela impunidade, pela corrupção e pela justiça feita com as
próprias mãos, percebemos que o Brasil agoniza, tal como um corpo inerte
no chão, cujos órgãos já não respondem mais.
Sim! O Brasil está falido. E isto é evidente e inegável, quando constatamos que o Estado, tal como um corpo agonizando, não tem mais forças para impor e fazer valer as regras, pois seus órgãos estão frágeis, corroídos pela corrupção, que fragiliza e mata, aos poucos, o Estado e o seu cidadão.
Quando um grupo de pessoas amarram um bandido a um poste, na tentativa de impor à força a Lei do homem, fica notória a falência do Estado, que não tem mais condição de garantir a segurança e a ordem pública. Quando o banditismo prolifera-se pelas ruas da cidade, agindo sem critério, ao ponto de invadir hospitais e de atear fogo a um ônibus de passageiros, fica evidente que o Estado de direito, faliu. O fato é que o cidadão, que deveria ser protegido pelo Estado, o qual deveria garantir e respeitar os seus direitos sociais e constitucionais, como o direito de ir e vir, sente-se órfão.
E percebendo a sua condição de
vulnerabilidade, este tenta proteger-se, fazendo surgir um outro tipo de
Estado, o Estado de beligerância, que no jargão popular chamamos de
“terra de Marlboro” cujas leis são feitas com as próprias mãos. E assim,
retrocedemos, ao ponto de vivenciarmos a selvageria sem limites, típica
de países africanos, que são dominados por grupos de milicianos, que
preenchem o hiato deixado pelo Estado de direito, que não teve
competência para comandar, legislar e fazer a tal justiça.
O
Brasil, enquanto Estado, está falido, vítima da irresponsabilidade e da
covardia por parte daqueles que usam do poder político ( que lhes foi
creditado pelo povo para representá-lo) para governar e legislar em
favor de interesses particulares. Os senhores de gravata, governam e
legislam, norteados pela troca de favores, contaminados pela corrupção,
que fragiliza os três poderes, e prolifera-se pelos demais órgãos
públicos e privados, tornando o Brasil, um país inviável e sem um futuro
promissor. E como um navio a deriva, que lhe falta um comandante,
buscamos, cada um por si, fazer as nossas leis, motivados pelo instinto
natural de sobrevivência. E de fato, num país como o nosso, onde nos
sentimos órfãos do Estado, só nos resta rezar e pedir para que Deus nos
guie, porque do jeito que as coisas andam neste país, só Deus mesmo
para nos proteger. Mas nem sempre podemos contar com ele.