Todos já sabemos que o Nordeste é a região do país que mais se
desenvolveu no Brasil entre 2000 e 2010. Entretanto, esse
desenvolvimento parece ainda não atingir todos os estados da região.
Apesar de todos os esforços, Maranhão e Piauí ainda não atingiram o
ritmo de crescimento esperado.
Segundo dados do IBGE, o Maranhão apresenta a menor expectativa de
vida na média de homens e mulheres– 68,6 anos. Além disso, o Estado
possui a segunda pior taxa de mortalidade infantil do país, apenas atrás
de Alagoas, com 29 crianças com menos de um ano mortas para cada mil
nascidas vivas. As três piores cidades em renda per capita
também pertencem ao Maranhão, de acordo com o recentemente divulgado
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – Marajá do Sena (R$
96,25), Fernando Falcão (R$ 106,99) e Belágua (R$ 107,14).
Ampliando os dados, nada menos que 21,5% dos maranhenses acima dos 15
anos são analfabetos – isso representa o dobro da média nacional – e só
12,5% das casas maranhenses tem água e esgoto, enquanto no Brasil a
média é de 70% e nada menos que 65% do estado é classificado como
miserável, um recorde no país. Índices contraditórios quando observamos
que o Maranhão possui seis rodovias federais, três ferrovias, um maiores
complexos portuários do nordeste e energia abundante de dois lados,
vindas da Chesf e de Tucuruí.
50 ANOS DE SARNEY
Não é novidade que o Maranhão é um Estado sob influência política de
Sarney e sua família. Já são cinco décadas da família no poder. Por lá o
sobrenome Sarney já está em 161 escolas, além de hospitais,
bibliotecas, avenidas, pontes, fórum. O fato é que, sob o domínio dos
Sarney, o Maranhão não só permaneceu nas piores posições nos indicadores
sociais, mas também viu suas terras serem desmatadas e poluídas, a
educação ser sucateada e os meios de comunicação ficarem concentrados
nas mãos de políticos – estima-se que ele seja proprietário de mais de
40 veículos, entre jornais, rádios e TVs.
O que mais impressiona, é que o Maranhão é um estado rico em jazidas
minerais e gás natural, além de possuir água doce em abundância e ter
localização privilegiada, com um porto mais próximo dos Estados Unidos e
da União Europeia do que os do Sul e Sudeste. Claro que não estamos
culpando os Sarney pelo não desenvolvimento do estado e muito menos
queremos culpar a população.
Entretanto, mais uma vez, repetimos que a deficiência de educação faz
com que a população não se desenvolva, tantos nos aspectos econômicos
quanto cultural e social. E esta é a grande questão: se não há educação
para o povo, este se torna leigo diante dos acontecimentos e passa a
aceitar as decisões políticas, sem contestar e sem acreditar que é
possível mudar.
Janguiê Diniz