Deu em O Tempo
Ainda sem conseguir a CPI, o PSDB apresentou pedido para ouvir o
ex-funcionário da Petrobras João Augusto Rezende Henriques, que revelou
um suposto esquema de corrupção na empresa. Os tucanos pedem que
Henriques seja convidado a depor na Comissão de Agricultura e
Fiscalização e Controle do Senado.
Os tucanos querem que o ex-funcionário fale sobre a denúncia de que
contratos fechados na divisão internacional da estatal desde 2008 foram
usados para arrecadar propina de empresas. Os valores teriam beneficiado
a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e políticos do PMDB.
O requerimento tem que ser aprovado na comissão. Como ele não pode
ser convocado, por não estar mais vinculado ao governo, não é obrigado a
atender o convite. “Ele pode nos falar sobre as circunstâncias em que
ocorreu o crime, aí teremos elementos para investigar essa denúncia”,
afirmou o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP).
A oposição defende a instalação de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, para investigar a Petrobras. Já
há assinaturas suficientes para a sua criação desde 2012, mas até hoje a
comissão não saiu do papel. “Só depende do presidente da Casa”, diz
Aloysio.
Mas o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), manobra
contra a CPI. Sua decisão de instalar ontem duas outras CPIs que
estavam na fila há mais de um ano e os planos de autorizar uma terceira
até quinta-feira devem atrasar os planos tucanos de uma CPI. Como já há
duas comissões de inquérito em curso, se atinge o limite máximo de cinco
CPIs simultâneas, determinado pelo regimento interno da Câmara.