O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou o governo numa
tremenda saia justa por causa de toda a confusão envolvendo o
Bolsa-Família na semana passada. Na segunda-feira, provavelmente sem
conhecer as notícias que viriam mais tarde, foi taxativo: “Só espero que
se descubra quem fez isso, porque brincar com as pessoas mais pobres
deste país é uma ofensa”. Se estava se referindo à oposição, ela é que
tem direito de ficar ofendida. Mas Lula foi ainda mais longe. Disse que
se tratava de “atos de vandalismo” e que não sabia quem teria coragem de
fazer “uma brincadeira estúpida como essa”. Pois bem, tudo indica que
um funcionário ou vários de terceiro escalão da Caixa Econômica Federal
foram os responsáveis por toda a confusão. E agora, o que o governo vai
fazer? Vai seguir os conselhos de Lula?
Bem, provavelmente não, porque a oposição se apressou em subir um pouco a hierarquia da responsabilidade. Os líderes na Câmara dos Deputados do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do MD, Rubens Bueno (PR), já pediram a cabeça do presidente da Caixa, Jorge Hereda. Alegam que ele escondeu por uma semana a antecipação do pagamento dos benefícios. Hereda depois admitiu que a liberação dos benefícios do Bolsa-Família foi intencional. Daí a fúria da oposição. Só para lembrar, o auge da confusão foi na mesma hora da convenção nacional do PSDB. Mas ela também não foi o alvo, só serviu para alimentar ainda mais as especulações.
Mais grave, no entanto, em toda esta história, é a tentativa de uso político do fato que envolve o grupo mais humilde da população brasileira, que passou por sobressaltos desnecessários. Até o cancelamento do programa virou boato forte no Nordeste e em outras regiões do país. O governo, sem saber o que acontecia dentro de sua própria casa, fez insinuações de “ação organizada” de grupos oposicionistas. A oposição, agora, faz a sua revanche com a guilhotina apontada para o presidente da Caixa. Tudo isso só revela a incapacidade de os políticos brasileiros cumprirem seu papel com grandeza, ética e sem atitudes afoitas.
Bem, provavelmente não, porque a oposição se apressou em subir um pouco a hierarquia da responsabilidade. Os líderes na Câmara dos Deputados do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do MD, Rubens Bueno (PR), já pediram a cabeça do presidente da Caixa, Jorge Hereda. Alegam que ele escondeu por uma semana a antecipação do pagamento dos benefícios. Hereda depois admitiu que a liberação dos benefícios do Bolsa-Família foi intencional. Daí a fúria da oposição. Só para lembrar, o auge da confusão foi na mesma hora da convenção nacional do PSDB. Mas ela também não foi o alvo, só serviu para alimentar ainda mais as especulações.
Mais grave, no entanto, em toda esta história, é a tentativa de uso político do fato que envolve o grupo mais humilde da população brasileira, que passou por sobressaltos desnecessários. Até o cancelamento do programa virou boato forte no Nordeste e em outras regiões do país. O governo, sem saber o que acontecia dentro de sua própria casa, fez insinuações de “ação organizada” de grupos oposicionistas. A oposição, agora, faz a sua revanche com a guilhotina apontada para o presidente da Caixa. Tudo isso só revela a incapacidade de os políticos brasileiros cumprirem seu papel com grandeza, ética e sem atitudes afoitas.