Antes havia o Febeapá, de Stanislaw Ponte Preta. Era o Festival de Besteiras que Assola o País. Agora, é a vez do Festival de Besteiras que Assola o Continente Sul-americano. E é protagonizado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que adotou como esporte preferido o ataque à mídia e aos jornais. Em encontro com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, Lula soltou algumas pérolas sobre o assunto: “Quando nós criticamos os meios de comunicação, eles dizem que estão sendo atacados. Quando eles nos atacam, falam em democracia”. É pouco? Tem mais. “Às vezes, tenho a impressão de que a imprensa está exilada dentro do meu país”, também disse o ex-presidente. Tradução simultânea: só existe o Brasil que fala a língua do PT. Isso é que é democracia.
Por falar nisso, são cada vez mais fortes os boatos de que o grupo El Clarin, o principal do setor jornalístico da Argentina, pode sofrer intervenção estatal só porque não pede bênção a Cristina Kirchner, como não pedia ao seu falecido marido e também presidente argentino, Nestor Kirchner. Se isso não é um ataque, mudou de nome.
Lula foi além. Disse que seu governo, o de Dilma, o dos Kirchner e o de Hugo Chávez na Venezuela mudaram a história da América do Sul. Pra pra pior, é claro! Só se for na tentativa de perpetuação do poder. Por quantas vezes Hugo Chávez, antes de morrer, mudou a Constituição para garantir mais um mandato para si? Ainda bem que no Brasil isso não é mais possível. Não haveria clima político para que ocorresse.
O governo Dilma acaba de passar como um trator no Congresso para aprovar a Medida Provisória dos Portos. Mas fez tudo dentro das regras do jogo, mesmo que as sessões na Câmara dos Deputados tenham entrado pela madrugada adentro. Na Venezuela, tudo estaria resolvido com um decreto. Isso é que é ser democrático de acordo com a pregação de Lula na Argentina.