A Campanha Ficha Limpa, que terminou por conseguir fazer entrar em vigor
a Lei da Ficha Limpa, levou quase um ano e meio para conseguir coletar
1,3 milhão de assinaturas necessárias para que o projeto de lei pudesse
ser apresentado ao Congresso Nacional. Isso ocorreu em 2008 e 2009.
Agora, há um movimento que coleta assinaturas para pedir o impeachment
de Renan Calheiros, que foi criada na internet há uma semana. Ele está
próximo de atingir a marca de 1,360 milhão de assinaturas e certamente
conseguirá ultrapassar com folga essa meta. Não é que a eleição de Renan
tenha revoltado mais o povo brasileiro do que a antiga possibilidade de
políticos fichas-sujas poderem se candidatar a cargos públicos. Mas o
crescimento dos movimentos sociais de 2009 para cá fez com que revoltas
como essas pudessem ser compartilhadas quase que instantaneamente, e
mudassem de apenas uma onda para um verdadeiro tsunami. Os corruptos que
se cuidem! Onde quer que estejam, os novos caras-pintadas, não mais nas
ruas, mas nas redes sociais da internet, não lhes darão trégua.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Vem aí a Rede Ecobrasil
E Marina Silva vem aí com sua Rede. É assim que vai se chamar a nova
legenda que a ex-senadora pelo Acre pretende criar para viabilizar sua
candidatura presidencial em 2014. Cruz-credo! Tanto Marina quanto seus apoiadores,
que se intitulam sonhásticos e integrantes de um movimento batizado de
Nova Política, não querem dar a palavra partido no nome da nova
agremiação. Afinal partido remete a políticos, categoria não muito
querida pela população nos dias atuais.
O nome completo da legenda ainda não foi definido, mas as alternativas são Rede Brasil Sustentável, Rede Semear, Rede Verde e Rede Ecobrasil, este último tido como o preferido por Marina. Será que todas elas vão compétir com a Rede Globo? Será uma Rede aberta, ou a cabo? Brincadeiras, à parte, no sábado, os integrantes do movimento que apoia Marina vão se reunir com a ex-senadora para bater o martelo. A proposta é construir uma legenda completamente diferente do que impera hoje no nefasto sistema político-partidário. Nada de caciques, nada de decisões impostas, nada de desvios programáticos e ideológicos em função de conchavos eleitoreiros.
Parece muito bom, mas também muito utópico. A política brasileira como ela é favorece a sobrevivência de partidos individualistas, fisiológicos, sempre em busca de cargos e benesses do Estado para que seus integrantes se perpetuem no poder. Além disso, nas disputas eleitorais, o tempo na televisão praticamente inviabiliza os candidatos a cargos majoritários. Marina Silva viveu isso na eleição presidencial que disputou pelo PV, em 2010, sem fazer aliança com nenhuma outra legenda. A ex-senadora teve 19 milhões de votos e terminou em terceiro lugar nas pesquisas, apesar do pouco tempo no horário eleitoral gratuito. Com uns minutos a mais, quem sabe teria tido condições de disputar o segundo turno?
Talvez fosse mais proveitoso criar um partido mais factível e manter uma rede mobilizada para tentar levar adiante uma reforma no sistema político-partidário e eleitoral do Brasil. Com um cargo executivo ou legislativo fica mais fácil. É difícil acreditar que o novo partido não tenha, a curto ou longo prazo, os mesmos defeitos das legendas que já estão aí. É que o problema maior não são seus integrantes, é o modelo partidário em vigor. Mas, já que sonhar não faz mal para ninguém, pelo contrário, não custa desejar boa sorte a Marina Silva e aos sonhásticos.
Assinar:
Postagens (Atom)