Não será um “pibão”, tão sonhado pelo governo e, principalmente, pela
equipe econômica, que anda na corda bamba por causa das críticas do
mercado. Mas também não será o “pibinho” que os arautos do pessimismo
pregaram durante todo o ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, está
de férias, mas deve ficar um pouco mais bronzeado com as notícias que
chegam do Banco Central. Depois do tombo inesperado de setembro, o
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro subiu 0,36% em outubro. Era a
época das encomendas para o Natal, justificavam os economistas. Só que
em novembro, a prévia é que ele atinja 0,4%, enquanto a expectativa do
mercado estabelecia módico 0,11% como teto. Não é exatamente um avião em voo de
cruzeiro, tipo...
No entanto, nem tudo são flores no caminho da economia brasileira. A pressão da Petrobras, uma empresa com capital aberto no mercado financeiro, obriga o governo a reajustar o preço da gasolina e do diesel, fortes alimentadores da inflação. A equipe econômica até já estuda formas de amenizar esse impacto, mas é sempre difícil conciliar interesses. A presidente Dilma Rousseff (PT) pediu aos prefeitos do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que adiassem o reajuste das tarifas dos ônibus. Só que agora fica o paradoxo. As passagens continuam onde estão, enquanto os custos com o diesel aumentam por causa da correção nos combustíveis?
É essa situação de intranquilidade na economia que a oposição quer aproveitar na volta aos trabalhos no Congresso. Não é só coincidência os encontros do senador Aécio Neves (PSDB-MG) com os magos tucanos da economia, como Pedro Malan, Armínio Fraga e André Lara Rezende. A Escolinha do Professor Fernando Henrique Cardoso quer preparar o presidenciável tucano para colocar o dedo na ferida e mostrar que o Brasil que Lula deixou para Dilma já não mais navega em céu de brigadeiro. E na eleição, quem decide? “A economia, estúpido!”, frase célebre de James Carville, marqueteiro de Bill Clinton.