A presidente Dilma Rousseff não conseguiu despistar que sentiu o golpe.
Mesmo assim, não deu o braço a torcer. Admitiu que “não tem mais o que
fazer” para impedir a derrubada de seu veto à distribuição para todos os
estados dos royalties do petróleo. Na quarta-feira, o Congresso aprovou
o regime de urgência para que o veto pulasse a fila de mais de 3 mil
que aguardam votação. Na semana que vem, ele deve ser derrubado com
larga vantagem, para consolidar uma das mais fortes derrotas do governo.
Como já foi dito, era briga ruim de comprar. Dilma insistiu e deu murro
em ponta de faca. Agora, não adianta lamentar.
Em Moscou, no entanto, a presidente voltou a mostrar preferência pelos estados produtores, ao dizer uma frase enigmática: “Nós vivemos numa democracia em que existem o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O Poder Legislativo é autônomo, independente e tem todas as condições de decidir contra a minha decisão”. Que os poderes são independentes, a Constituição deixa claro. Mas ao citar Executivo, Legislativo e Judiciário, Dilma praticamente torce para que a disputa seja decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Quem sabe, assim as atenções, hoje totalmente voltadas para o escândalo do mensalão, fiquem um pouco divididas. Ainda mais agora, que seu guru político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está no olho do furacão por causa do depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público.
Dilma refutou que a provável derrubada do veto pode abrir um entrevero do governo com o Legislativo. E recorreu aos tempos da ditadura para encontrar argumentos: “Eu sou de uma época, eu era bem mais nova, em que tudo no Brasil virava crise. Mas um tipo de crise bem mais grave do que hoje. A gente ia para a cadeia”. Então é isso. Não há nenhuma crise, mas o governo sabia, desde o início, do sério risco que corria no Congresso. Falta de aviso não foi. A presidente jogou as cartas erradas e perdeu. Ficou sem cacife.
Em Moscou, no entanto, a presidente voltou a mostrar preferência pelos estados produtores, ao dizer uma frase enigmática: “Nós vivemos numa democracia em que existem o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O Poder Legislativo é autônomo, independente e tem todas as condições de decidir contra a minha decisão”. Que os poderes são independentes, a Constituição deixa claro. Mas ao citar Executivo, Legislativo e Judiciário, Dilma praticamente torce para que a disputa seja decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Quem sabe, assim as atenções, hoje totalmente voltadas para o escândalo do mensalão, fiquem um pouco divididas. Ainda mais agora, que seu guru político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está no olho do furacão por causa do depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público.
Dilma refutou que a provável derrubada do veto pode abrir um entrevero do governo com o Legislativo. E recorreu aos tempos da ditadura para encontrar argumentos: “Eu sou de uma época, eu era bem mais nova, em que tudo no Brasil virava crise. Mas um tipo de crise bem mais grave do que hoje. A gente ia para a cadeia”. Então é isso. Não há nenhuma crise, mas o governo sabia, desde o início, do sério risco que corria no Congresso. Falta de aviso não foi. A presidente jogou as cartas erradas e perdeu. Ficou sem cacife.