Mudou o ditado. Índio agora não quer apito, quer terra. E conseguiu
mobilizar os senadores nos últimos dias. O assunto que eles mais
comentaram, na tribuna e nas comissões, foi a crise envolvendo a etnia
Guarani-Caiová, indígenas cujas terras foram desapropriadas pela Justiça
em favor da União. Alimentando ainda mais a polêmica, o senador Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF), em audiência pública na Comissão de Direitos
Humanos da Casa, fez questão de contestar a máxima de que é “muita terra
para pouco índio”. Para ele, então, é pouca terra para muito índio.
sábado, 10 de novembro de 2012
Lamento, Cabral
Se ficar, o bicho pega para o lado do governador do Rio, Sérgio Cabral
(PMDB), que está chorando até agora. Se correr, o bicho come as
licitações de novas áreas de exploração que ela pretende fazer logo no
início do ano que vem. É essa a situação da presidente Dilma Rousseff
diante da derrota imposta pelo Congresso aos seus planos para os
royaties do pré-sal. Ela ainda não tomou uma decisão, mas dá para
imaginar o que fará para tentar sair dessa verdadeira encruzilhada
política em que entrou.
A hipótese mais provável, pelo que se ouve nos corredores do Palácio do Planalto, é de que a presidente deve optar por não vetar o projeto aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. Empurraria o Rio de Cabral e o Espírito Santo de Renato Casagrande (PSB) para as barras do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles que briguem por lá contra os outros estados.
Porque é exatamente essa a briga que Dilma não pretende comprar. Com um afago a Cabral e Casagrande desencadearia uma revolta dos políticos do resto do país. Um veto seria muito desgastante. A derrubada dele em plenário seria mais desgastante ainda. Votos para isso, os deputados e senadores que optaram pelo modelo aprovado têm. E de sobra, pelo que se viu depois da primeira votação na Câmara.
É por isso que a Bíblia do Palácio do Planalto deve estar aberta no trecho em que fala de Pôncio Pilatos. Dilma deve lavar as mãos, empurrar a briga carioca para o Judiciário e cuidar de preparar as licitações para novos poços. Já na questão da aplicação obrigatória dos recursos dos royalties em educação – esse, sim, um desejo pessoal da presidente – Dilma tem alternativa, inclusive em projetos que tratam do tema já em tramitação no Congresso. Bastaria emendá-los nesse sentido. O problema é ter de combinar com os nobres parlamentares, os russos, como diria Garrincha na tirada genial da época da Copa de 1962. Pelo menos nela, o Brasil levantou a taça.
A hipótese mais provável, pelo que se ouve nos corredores do Palácio do Planalto, é de que a presidente deve optar por não vetar o projeto aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. Empurraria o Rio de Cabral e o Espírito Santo de Renato Casagrande (PSB) para as barras do Supremo Tribunal Federal (STF). Eles que briguem por lá contra os outros estados.
Porque é exatamente essa a briga que Dilma não pretende comprar. Com um afago a Cabral e Casagrande desencadearia uma revolta dos políticos do resto do país. Um veto seria muito desgastante. A derrubada dele em plenário seria mais desgastante ainda. Votos para isso, os deputados e senadores que optaram pelo modelo aprovado têm. E de sobra, pelo que se viu depois da primeira votação na Câmara.
É por isso que a Bíblia do Palácio do Planalto deve estar aberta no trecho em que fala de Pôncio Pilatos. Dilma deve lavar as mãos, empurrar a briga carioca para o Judiciário e cuidar de preparar as licitações para novos poços. Já na questão da aplicação obrigatória dos recursos dos royalties em educação – esse, sim, um desejo pessoal da presidente – Dilma tem alternativa, inclusive em projetos que tratam do tema já em tramitação no Congresso. Bastaria emendá-los nesse sentido. O problema é ter de combinar com os nobres parlamentares, os russos, como diria Garrincha na tirada genial da época da Copa de 1962. Pelo menos nela, o Brasil levantou a taça.
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