O primeiro turno das eleições municipais terminou hoje às 17h. Nas
cidades com mais de 200 mil eleitores pode haver segundo turno, se
nenhum dos candidatos alcançar mais de 50% dos votos válidos. E o
terceiro turno, quando acaba? É esta a pergunta que não quer calar. O
motivo: os brasileiros, pela primeira vez, vão às urnas com a Lei da
Ficha Limpa em vigor. Só que se esqueceu de combinar com a Justiça
Eleitoral. São quase três mil candidatos que disputarão sub judice.
Podem ganhar, mas não levar.
O caso de Rosinha Garotinho, que
disputa a reeleição em Campos, no Rio de Janeiro, é emblemático. Ela
teve a sua candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral
(TRE), em decisão colegiada. Recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e conseguiu o direito de disputar por sentença dada pelo ministro
Marco Aurélio de Mello. Os eleitores podem votar em Rosinha, mas uma
decisão definitiva ainda demora. Podem ser apresentados recursos no
próprio TSE, desta vez para que todos os ministros votem. E depois disso
ainda há a possibilidade de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Enquanto isso... Bem, deixa para lá.
O que importa é que hoje é a
festa da democracia. Cabe ao eleitor cumprir o papel de juiz e escolher
os candidatos que têm ficha limpa. É esta a melhor forma de exercer
plenamente a cidadania.
Os prefeitos e vereadores são os políticos mais próximos da população. E, como a frase célebre, o preço da liberdade é a eterna vigilância. Os eleitores têm hoje a liberdade de votar como quiserem, de escolher aqueles que julgam serem os melhores candidatos. E, a partir da posse em janeiro, têm a chance de exercer a eterna vigilância durante todo o mandato daqueles que forem eleitos. É o sagrado direito de combater a corrupção, de exigir que o dinheiro público seja bem aplicado. Afinal, o eleitor é também contribuinte. É quem paga a conta.