Já que o governo está engajado na luta para facilitar o acesso das
classes menos abastadas às universidades de prestígio, uma boa
alternativa seria incentivar projetos de apadrinhamento de estudantes. O
governo, via incentivo fiscal, com vários setores da sociedade, poderia
criar ou incentivar uma espécie de fundo para concessão de bolsas em
colégios de ponta, para alunos talentosos de baixa renda. Vão dizer
que o poder público, agindo assim, estaria reconhecendo sua
incompetência em fornecer ensino público básico de qualidade. Mas na
medida em que se tenta aumentar a proporção de egressos dos colégios
públicos nas universidades públicas não estaria acontecendo a mesma
coisa? Já a alternativa em questão tem a vantagem de não ser um
artifício. Ou seja, estaríamos investindo na formação de um aluno com
base sólida para ser aprovado nas grandes universidades pelos próprios
méritos e para prosseguir nos estudos. Existem cursos, principalmente os
da área de exatas, em que se o aluno não tiver uma boa base ele terá
bastante dificuldade para se formar.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Dessa vez o PT se ferrou de forma olímpica
O julgamento do escândalo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF)
jogou uma ducha de água fria na disposição do PT em aprofundar as
investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira no
Congresso. Ducha de água fria, aliás, não é bem o termo. Foi uma ducha
de água gelada. Tudo porque os ministros do STF refutaram a tese de que o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não poderia usar as
provas colhidas na época da CPI dos Correios, que embasaram várias de
suas acusações. Na verdade, o que o Supremo decidiu é que as CPIs têm
sim autoridade para produzir provas, confirmando que elas são
instrumentos jurídicos legitimados pela Constituição. É aí que mora o
perigo.
A CPI do Cachoeira foi criada por insistência do ex-presidente Lula e a contragosto da presidente Dilma Rousseff. Lula tinha como alvo os tucanos, mas as investigações não avançaram como ele imaginou no início. O tiro, na verdade, saiu pela culatra. Depois de uma coleção de depoimentos na base do “me reservo ao direito constitucional de ficar calado”, a CPI finalmente conseguiu ouvir, com todas as letras, que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foi usado para a arrecadação de fundos de campanha para o PT. Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Dnit, revelou o esquema com todas as letras na comissão. E até falou que estava arrependido, como se isso o redimisse, mesmo que tenha cumprido ordens.
Já é clássica a frase de que “CPI sabe-se como começa, não como termina”. Quando começou, os partidos de oposição estavam temerosos. Agora, são os governistas que estão loucos para que ela acabe logo. A CPI tem data marcada para acabar: é relatório preliminar em setembro e final em outubro. A partir daí, a bola fica com o Ministério Público. Daqui a sete anos, quem sabe, os dados e depoimentos coletados por ela poderão ser usados pelos procuradores para acionar o Judiciário. Não foi assim com a CPI dos Correios?
A CPI do Cachoeira foi criada por insistência do ex-presidente Lula e a contragosto da presidente Dilma Rousseff. Lula tinha como alvo os tucanos, mas as investigações não avançaram como ele imaginou no início. O tiro, na verdade, saiu pela culatra. Depois de uma coleção de depoimentos na base do “me reservo ao direito constitucional de ficar calado”, a CPI finalmente conseguiu ouvir, com todas as letras, que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foi usado para a arrecadação de fundos de campanha para o PT. Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Dnit, revelou o esquema com todas as letras na comissão. E até falou que estava arrependido, como se isso o redimisse, mesmo que tenha cumprido ordens.
Já é clássica a frase de que “CPI sabe-se como começa, não como termina”. Quando começou, os partidos de oposição estavam temerosos. Agora, são os governistas que estão loucos para que ela acabe logo. A CPI tem data marcada para acabar: é relatório preliminar em setembro e final em outubro. A partir daí, a bola fica com o Ministério Público. Daqui a sete anos, quem sabe, os dados e depoimentos coletados por ela poderão ser usados pelos procuradores para acionar o Judiciário. Não foi assim com a CPI dos Correios?
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