"Geiza era uma funcionária mequetrefe..." |
Os advogados já jogaram a toalha. Pelo menos em relação ao voto do
relator, ministro Joaquim Barbosa, no julgamento do escândalo do
mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo de tanta apreensão é
que Barbosa pediu a condenação do ex-presidente da Câmara dos Deputados
João Paulo Cunha (PT-SP) por lavagem de dinheiro, porque o saque que a
mulher dele fez – R$ 50 mil para a campanha de um correligionário em
Osasco (SP) – não foi registrado no Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf). É, pode ser. O fato é que o PT já cogita tirá-lo da
disputa pela Prefeitura de Osasco.
Sem querer bancar o mequetrefe,
é cedo ainda para fazer qualquer previsão. Muita água ainda vai rolar
por baixo da ponte em que os demais ministros vão passar antes de
proferirem seus votos. Aliás, em tempo, mequetrefe é “aquele indivíduo
que se mete onde não é chamado”. E foi termo usado por um dos advogados,
que defende uma secretária, no julgamento. Pois é, bancar o mequetrefe
no Supremo é muita cara de pau.
Os defensores dos réus no
processo, no entanto, como bons mequetrefes, jogam todas as suas fichas
no voto do ministro revisor, Ricardo Lewandowski, que já tem discordado
do relator em várias questões. É puro exercício de adivinhação.
Cabeça de juiz e mineração, só depois da apuração (a barriga de mulher foi excluída do ditado depois do ultrassom). E nove ministros ainda vão participar do debate, vão trazer seus argumentos, podem convencer alguns colegas a mudar os votos, podem enriquecer os argumentos de acusação ou de defesa. O que se ouve atualmente no meio político e também entre os juristas é pura especulação. O Supremo Tribunal Federal dará o seu veredicto. E quando ele sair não mais poderá haver contestações.