Uma
médica do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro,
desabafou sobre a situação precária em que se encontra a saúde do Estado. Ângela
Tenório afirma estar sobrecarregada e cansada do descaso com os pacientes.
“Estou sozinha nessa porcaria aqui. Não posso fazer nada
pelo excesso de pacientes doentes. E a secretaria (de Saúde) e o governador (Sérgio
Cabral) não fazem nada. Cadê o Pedro II (hospital estadual). Nós somos
sobrecarregados".
“Eu sou diabética e hipertensa. O Pedro II está lá, com
médicos que não atendem porque não tem cama. Eu já estou de saco cheio. Eu vou
ser punida por uma boa causa”.
Desde
o incêndio no Hospital Estadual Pedro II, em Santa Cruz, na zona oeste, há
quase dois anos, o Hospital Rocha Faria está sempre superlotado. Todos os dias
há congestionamento de ambulâncias e doentes que se aglomeram esperando
atendimento.
Diversos
pacientes reclamam da falta de médicos e de equipamentos de saúde. Segundo Ângela
Tenório, as condições são precárias e as pessoas correm risco de morrer.
“A saúde está zerada, os pacientes estão à míngua e estão
morrendo”. Por meio de nota, a direção
do Hospital Estadual Rocha Faria informou que o quadro médico está completo,
mas confirma que a superlotação tem sido uma realidade na unidade desde o
incêndio e fechamento do Hospital Pedro II.
No
dia em que foi feita a reportagem, foram realizados 597 atendimentos de
emergência na unidade, quatro vezes mais do que sua capacidade (120
atendimentos/dia). O hospital ressalta que todos os pacientes são atendidos.
A Secretaria de Estado de Saúde
aguarda a definição da data de reabertura do Hospital Pedro II por parte da
Prefeitura do Rio e informa que espera que este fluxo de pacientes melhore o
atendimento à população.
O
projeto de um novo Rocha Faria também já está em andamento, para aumentar e
melhorar o atendimento à população. Assista ao vídeo abaixo.