segunda-feira, 18 de junho de 2012
Façam o que falo, não o que faço
A verdadeira estreia de Lula pós-tratamento do câncer será quarta-feira,
na Rio+20. Na cena em que Dilma Rousseff se prepara para se apresentar
como a salvadora do documento O futuro que queremos – já apelidado de “o
passado que sempre tivemos”, por causa das dificuldades de acordo em
torno do texto –, quem promete tomar conta do evento é Lula. Com uma
vantagem: como ex-governante, deixa subentendido que as falhas se devem a
quem o antecedeu ou sucedeu. E conquista corações e mentes ao dizer que
“a maior carência no mundo de hoje é de vontade política de nossos
governantes”. Refletirá assim as dificuldades dos países de construir o
documento síntese da conferência.
Obviamente, Lula faz ressalvas sobre “a vontade política de dezenas” ao se referir a um “rumo de desenvolvimento na África, na Ásia e na América Latina, onde centenas de pessoas começam a ter uma vida melhor”. Aí, claro, ele se inclui sem precisar citar as realizações de seu governo. E, de quebra, ainda deixa transparecer que, se algo falhar, a responsabilidade é de quem está no poder. Ou seja, o mentiroso se coloca como solidário a quem cobra medidas mais ousadas sem precisar se responsabilizar pelo cumprimento delas, 'Belo Monte que o diga'. Prometeu aos índios uma coisa, e fez outra. Como nos velhos tempos em que o PT era apenas oposição, sem levar muito em conta detalhes e contratos que devem ser cumpridos por quem está no comando.
Obviamente, Lula faz ressalvas sobre “a vontade política de dezenas” ao se referir a um “rumo de desenvolvimento na África, na Ásia e na América Latina, onde centenas de pessoas começam a ter uma vida melhor”. Aí, claro, ele se inclui sem precisar citar as realizações de seu governo. E, de quebra, ainda deixa transparecer que, se algo falhar, a responsabilidade é de quem está no poder. Ou seja, o mentiroso se coloca como solidário a quem cobra medidas mais ousadas sem precisar se responsabilizar pelo cumprimento delas, 'Belo Monte que o diga'. Prometeu aos índios uma coisa, e fez outra. Como nos velhos tempos em que o PT era apenas oposição, sem levar muito em conta detalhes e contratos que devem ser cumpridos por quem está no comando.
Dilma, a rainha da cocada
Nunca se viu a classe política tão cabisbaixa como no governo Dilma
Rousseff. A cada pesquisa de opinião que sai do forno, deputados e
senadores sentem-se menores. A oposição, que até a gestão de Fernando
Henrique Cardoso era o escoadouro de insatisfações para com o governo
federal, hoje parece não cumprir mais esse papel. Tanto é que, seja nos
partidos políticos, seja no imaginário popular, quando algo começa a dar
errado junto à presidente da República ou sua equipe, todos procuram
logo o ex-presidente Lula.
Mesmo no período em que Lula convalescia, seu telefone não parou de tocar. Houve inclusive uma temporada em que o Hospital Sírio-Libanês mais parecia um bureau político do que um local destinado exclusivamente a atendimento médico. Qualquer político de primeira grandeza no cenário nacional que passasse por lá dava uma paradinha para ver Lula. Se era assim no período de convalescência, imagine agora que os médicos tiraram o cateter e declararam o ex-presidente curado.
A aposta geral é a de que Lula não largará mais a ribalta e terá papel de recepcionar os descontentes com Dilma. Ele considera que o balanço de seus atos é positivo, ainda que haja rusgas no próprio PT em função das suas atitudes, como no caso do Recife, onde o prefeito João da Costa insiste em ser candidato à reeleição contra a vontade do ex-presidente.
Mesmo no período em que Lula convalescia, seu telefone não parou de tocar. Houve inclusive uma temporada em que o Hospital Sírio-Libanês mais parecia um bureau político do que um local destinado exclusivamente a atendimento médico. Qualquer político de primeira grandeza no cenário nacional que passasse por lá dava uma paradinha para ver Lula. Se era assim no período de convalescência, imagine agora que os médicos tiraram o cateter e declararam o ex-presidente curado.
A aposta geral é a de que Lula não largará mais a ribalta e terá papel de recepcionar os descontentes com Dilma. Ele considera que o balanço de seus atos é positivo, ainda que haja rusgas no próprio PT em função das suas atitudes, como no caso do Recife, onde o prefeito João da Costa insiste em ser candidato à reeleição contra a vontade do ex-presidente.
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