Por Manoel Oliveira
Advogado/RJ
Independentemente
de qual partido esteja no governo, o fato é que a corrupção assola o
Brasil em todos os extratos sociais. Não sejamos hipócritas afirmando
que somente os agentes públicos e políticos concentram a maior parte da
corrupção no país, pois é notório que não existem corruptos sem
corruptores. Em juridiquês, a corrupção ativa caminha de mãos dadas com a
passiva. Todos nós como partícipes da sociedade brasileira, temos nossa
quota de culpa para a evolução da corrupção no Brasil, desde o momento
que buscamos o famoso “jeitinho brasileiro”, seja dando “cinquentinha”
para o policial fazer vista grossa a uma infração de trânsito ou
“duzentinho” para agilizar um documento em uma repartição pública.
Atualmente, direita e esquerda são apenas direções a seguir e não
ideologias políticas. Foi-se a ditadura, ficou a “ditamole”, onde
prevalecem os “sanguessugas”, “mensalões”, os bandidos de toga e
ministros de lavanderia. Falta aos brasileiros o velho amor à pátria,
antigamente conhecido como patriotismo. Não se trata do ufanismo cego do
americano, onde em cada privada tem uma bandeira, mas, simplesmente, o
orgulho de ser brasileiro. Não basta botar a mão no peito e cantar o
hino quando a seleção brasileira entra em campo. Nós temos que ser uma
única seleção e defendermos nosso único campo: o Brasil.
Eleição após
eleição, os mesmos párias de sempre são reeleitos. Pensem: a quem
interessa o analfabetismo? Cuba, uma pequena ilha dominada por um
ditador idolatrado pelos “esquerdistas” brasileiros, que cantam músicas
revolucionárias, mas cheiram pó colombiano, fumam maconha paraguaia e
bebem seu “scoth” à beira da piscina de suas mansões de muros altos, tem
um índice de analfabetismo de 2% e uma das medicinas mais evoluídas do
mundo. Nós? 13,3% da população não sabe ler ou escrever, enquanto nossos
hospitais são sucateados e os médicos humilhados com salários médios de
R$ 2.000,00. Recentemente o governo federal editou medida diminuindo o
salário dos médicos federais, enquanto o legislativo e o judiciário, com
salários médios de R$ 30.000,00, pedem e recebem aumentos de mais de
20%. Nossos “Ministros” do Supremo Tribunal Federal ganham mais do que
seus colegas americanos da “Supreme Court”.
Mas não se enganem, a
morosidade e a politicagem dos julgamentos é a mesma. Infelizmente, é
pobre a nossa perspectiva a curto prazo de termos um país sem
contrastes, onde a riqueza não se encontre concentrada em apenas 2% da
população, onde a maioria dos hospitais públicos funcione, onde a saúde e
a educação sejam prioridades, onde a corrupção exista, mas seja
rigorosamente punida. Não temos nenhum político carismático, patriota e
comprometido com o povo e a terra, mas sobram idiotas, agiotas e
irresponsáveis. A prioridade é o próprio bolso e a melhor política é a
do “rouba mas faz”. Aliás, “quando faz”. Fique tranquilo companheiro: se
a polícia te prender, o judiciário sempre terá uma sentença para
soltar, dependendo do quanto esteja disposto a pagar. No Brasil, rico
não vai preso, branco correndo é atleta e preto correndo é ladrão.
Silvio Santos aos domingos pergunta: “quem quer dinheiro?” e joga para o
alto maços de notas, tirados de nossos próprios bolsos, graças à
providencial ajuda ao seu Banco Panamericano dada pelo governo do país
onde bancos não podem falir, mas o “Joaquim da padaria” pode, pois o
mesmo banco que foi salvo da bancarrota com seus impostos, não lhe deu a
mão para sair do buraco. O Brasil precisa de uma revolução urgente.
Chega de políticos intinerantes, corruptos, corruptores, juízes
incompetentes e venais, promotores comprados, “cachoeiras” e
“chafarizes”, defensores omissos, polícia inoperante e despreparada;
Chega de estatutos que não são respeitados, códigos que só valem para
pretos, pobres e prostitutas e, principalmente, basta a uma constituição
feita para a “Alice no país das maravilhas”. Aqui, do lado de baixo da
linha do Equador, o conto-de-fadas predileto é “Ali-Babá e os quarenta
ladrões”. E põe ladrão nisso. Podemos acabar com isso. Está nas nossas
mãos. Sempre esteve...