Os poucos caciques que integram a CPMI do Cachoeira na Câmara dos
Deputados têm tomado todo o cuidado possível para explicar que o fato de
a comissão investigar a revista Veja não significa uma caça às bruxas e
muito menos um ataque contra a mídia. Dizem que será apurado um fato
específico, que envolve um jornalista com alto cargo na revista. E só. O
eterno desejo de alguns petistas ilustres, em especial o ex-deputado
José Dirceu (foto), de impor controle à imprensa não vai prosperar. É, pode
ser, mas como se diz, canja de galinha e cautela mal não fazem.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Graças a Garotinho
A CPMI do Cachoeira dificilmente vai deixar de votar requerimentos
convocando governadores para depor. Se eles serão aprovados, já é outra
história. Estão na berlinda o governador do Distrito Federal, Agnello
Queiroz (PT), que tem conseguido virar o jogo com novas gravações que o
favorecem e o de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), em situação mais
complicada. Já o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), o dos jantares
regados a champanhe em Paris, tem contra si a marcação cerrada (e bem-vinda!) do
deputado Anthony Garotinho (PR-RJ - Foto)
O foco é o lixo
Petistas bem informados tentam explicar a obsessão do ex-presidente Lula
pela instalação da CPMI do Cachoeira. Tem endereço certo, com CEP e
tudo: o governo e a Prefeitura de São Paulo. Lula quer atingir o
ex-governador José Serra (PSDB) e o prefeito paulistano Gilberto Kassab
(PSD). Onde a Delta entra na história? Na coleta de lixo. Ao que parece,
há gravações mostrando que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO)
ajudou a segurar as investigações do Ministério Público.
Façam seu jogo, façam seu jogo!
Uma operação foi batizada de Vegas. A outra ganhou o nome de Monte
Carlo. Se essas cidades abrigam cassinos e permitem a jogatina, o jogo
político esquentou depois dos ataques ao procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, na primeira sessão secreta da Comissão Parlamentar Mista
de Inquérito (CPMI) que investiga o bicheiro Carlinhos Cachoeira e suas
ligações com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Em intervalo
de sessão no Supremo Tribunal Federal, Gurgel aproveitou para
contra-atacar. E foi logo pondo o dedo na ferida, dizendo que os ataques
contra ele são de pessoas que ”estão morrendo de medo do julgamento do
mensalão”. É, pode ser. Mas pelo menos um integrante da CPMI, que fez
duros ataques à atuação do procurador, pode até não ter um passado
confortável e ilibado, mas não estava envolvido no mensalão. Estamos
falando do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
Ao depor na CPI na terça-feira, o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques acusou o procurador-geral de ter sentado em cima das conclusões da Operação Vegas. Roberto Gurgel rebateu e disse que sua atitude permitiu a ampliação das investigações pela Operação Monte Carlo. A troca de acusações em nada vai contribuir para que os cidadãos brasileiros saibam o que realmente aconteceu. E olha que nem é o jogo que motivou a CPMI, mas obras que podem ter sido superfaturadas e propinas que foram pagas pela Delta Construções.
O fato é que o inquérito ficou mesmo parado por mais de dois anos e que, só depois de notícias divulgadas pela imprensa, o Ministério Público pediu a abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres, que encenava o papel de paladino da moralidade e do combate à corrupção no Congresso. Na prática, o que realmente importa é a verdade, tanto na questão do mensalão, quanto agora no caso Cachoeira. O resto é troca de acusações que pouco interessa aos cidadãos que, no fim, pagam a conta da roubalheira.
Ao depor na CPI na terça-feira, o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques acusou o procurador-geral de ter sentado em cima das conclusões da Operação Vegas. Roberto Gurgel rebateu e disse que sua atitude permitiu a ampliação das investigações pela Operação Monte Carlo. A troca de acusações em nada vai contribuir para que os cidadãos brasileiros saibam o que realmente aconteceu. E olha que nem é o jogo que motivou a CPMI, mas obras que podem ter sido superfaturadas e propinas que foram pagas pela Delta Construções.
O fato é que o inquérito ficou mesmo parado por mais de dois anos e que, só depois de notícias divulgadas pela imprensa, o Ministério Público pediu a abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres, que encenava o papel de paladino da moralidade e do combate à corrupção no Congresso. Na prática, o que realmente importa é a verdade, tanto na questão do mensalão, quanto agora no caso Cachoeira. O resto é troca de acusações que pouco interessa aos cidadãos que, no fim, pagam a conta da roubalheira.
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