A semana que passou foi marcada por olhares dife-rentes. Um de dentro para fora, com a viagem da presidente Dilma Rousseff, em que ela pôs os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em rota de colisão com os países desenvolvidos, por causa da pressão que fazem diante da crise econômica que enfrentam. Outro com a aprovação do novo fundo previdenciário para os servidores públicos e da Lei Geral da Copa de 2014 na Câmara dos Deputados, que também é de dentro para fora. E outro, irritante, diga-se de passagem, de fora para dentro, com os ataques e ameaças ao país feitos pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter.
A oposição até ironizou a viagem de Dilma, já que o Congresso funcionou. Em boa parte, por causa da posição de interinidade na Presidência da República do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que conseguiu costurar a votação da Lei Geral da Copa em troca de pôr em pauta, ainda este mês, o projeto do novo Código Florestal, exigência da numerosa bancada ruralista para não obstruir os trabalhos. É certo que o governo será derrotado, ainda que esteja em curso uma tentativa de não desfigurar tanto assim a proposta que foi aprovada pelo Senado. De qualquer forma, mesmo a contragosto, a presidente Dilma tem a caneta e o poder de veto, se julgar necessário.
Na guerra externa, o Brasil falou grosso. Até lançou a ideia de criação de um banco dos emergentes, para fazer frente ao Banco Mundial e outras instituições financeiras controladas pelos países ricos, se é que ainda podem ser chamados assim. Sobre a Fifa, é melhor nem comentar. Já que o problema é a cervejaria que patrocina a Copa, melhor sentar todo mundo à mesa e fazer um brinde. Pronto, tudo resolvido. Bem, quase tudo, só faltou falar de outro fato marcante da semana passada. Com o perdão do trocadilho, da “Cachoeira” de denúncias de corrupção.