A uma semana do carnaval, não será agora que os problemas vão desabar no colo da presidente Dilma Rousseff, mas alguns movimentos políticos já estão mapeados no Palácio do Planalto. O principal deles tem a ver com os bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal –, instituições que o governo custou a abrir aos partidos aliados e que o PT ocupava a plenos pulmões no início do governo Lula. Os outros não são tão explosivos, estão ligados aos palanques e cargos de segundo escalão na Esplanada.
Vamos ao primeiro: o PT virou um ouriço desde que o presidente da instituição, Aldemir Bendine, trocou 13 diretores numa canetada só, há cerca de duas semanas. A troca dos diretores estava diretamente relacionada aos resultados do banco. Os petistas comentavam à boca pequena, na festa pelos 32 anos do partido, na última sexta-feira, que a presidente Dilma Rousseff não se conforma com o fato de uma instituição do tamanho do Banco do Brasil ficar atrás do Itaú no ranking dos bancos brasileiros. E, antes que a presidente da República arcasse as sobrancelhas, Bendine resolveu agir e o PT não gostou.
Para compensar o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), que já foi ministro da Previdência Social, presidente do PT e cheio de moral no Banco do Brasil, a ordem agora é fazê-lo presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). A indicação, além de fechar o ciclo de bondades aos petistas de São Paulo que ajudaram Fernando Haddad a sair candidato a prefeito, ajuda a acalmar os ânimos do deputado em relação ao BB.