Até pouco antes da entrevista de ontem do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, 10 entre 10 parlamentares consultados duvidavam que o presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), iria convocar a comissão representativa, composta de 16 deputados e oito senadores, só para ouvir as suas explicações. Depois que o próprio Bezerra pediu e chegou até a sugerir data, ainda nesta semana, agora é bem possível que Sarney seja obrigado a tomar a iniciativa de convidá-lo. É esperar para ver, mas tudo indica que Bezerra falou demais. E terá que falar mais ainda para os parlamentares, especialmente os da oposição.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Bezerra só sai se chover mais denuncias
Mais um. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, teve ontem o seu Dia do Fico. E o fez com toda pompa e circunstância. Na entrevista coletiva que deu para anunciar as medidas do governo para ajudar as regiões mais atingidas, chegou a declarar alto e bom som: “Se não contasse com a confiança e o apoio da presidente Dilma eu não estaria nessa solenidade”. Bezerra segue o mesmo enredo de outros ministros que deixaram o governo, mas, na avaliação do Palácio do Planalto, tem dado boas explicações para as denúncias de que tem sido alvo. Além disso, o fato de ele ter favorecido seu estado na liberação de recursos do Orçamento é, de acordo com fontes palacianas, prática corriqueira entre os ministros, deste e de governos anteriores. Um pente-fino mostraria que ministro com a caneta da liberação de verbas não deixa de puxar a sardinha para sua base eleitoral.
O fato é que a questão envolvendo o ministro Fernando Bezerra fica em segundo plano na mídia. Com as mortes, as imagens fortes de gente sofrendo e chorando, as ruas alagadas, as casas destruídas chamam muito mais a atenção da população. A liberação de emendas do filho de Bezerra, Fernando Coelho (PSB-PE), fica ofuscada diante de quadro tão triste e chocante. A política do papel não consegue concorrer com a vida real. Os deputados, ministros e outros atores do malfeito só conseguem arrancar lágrimas da população quando ela chora de raiva .
Além disso, Fernando Bezerra é do PSB, partido importante para Dilma em 2014. Afinal, seu presidente, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, é, de acordo com as pesquisas, o mais bem avaliado do país. Governa um estado populoso e tem bom relacionamento com caciques da oposição. Não dá para arriscar. A presidente Dilma ganha tempo. A menos que chovam novas denúncias contra Bezerra.
O fato é que a questão envolvendo o ministro Fernando Bezerra fica em segundo plano na mídia. Com as mortes, as imagens fortes de gente sofrendo e chorando, as ruas alagadas, as casas destruídas chamam muito mais a atenção da população. A liberação de emendas do filho de Bezerra, Fernando Coelho (PSB-PE), fica ofuscada diante de quadro tão triste e chocante. A política do papel não consegue concorrer com a vida real. Os deputados, ministros e outros atores do malfeito só conseguem arrancar lágrimas da população quando ela chora de raiva .
Além disso, Fernando Bezerra é do PSB, partido importante para Dilma em 2014. Afinal, seu presidente, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, é, de acordo com as pesquisas, o mais bem avaliado do país. Governa um estado populoso e tem bom relacionamento com caciques da oposição. Não dá para arriscar. A presidente Dilma ganha tempo. A menos que chovam novas denúncias contra Bezerra.
Exército executa jovem de 15 anos
A gravação que acabamos de exibir mostra os últimos momentos de vida do jovem Abraão da Silva Maximiano, de 15 anos, assassinado por militares do exército no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. O crime aconteceu no último dia 26 de dezembro e, segundo familiares da vítima, depois de atingido, Abraão teria ficado quase uma hora agonizando no local, já que os militares proibiram os moradores de socorrê-lo. Na madrugada do último dia 5 de janeiro, nossa reportagem esteve no morro do Caracol, onde policiais civis fizeram parte da reconstituição do crime. Na ocasião, uma testemunha do assassinato do jovem contou à reportagem de AND o que de fato teria acontecido naquela noite de segunda-feira. Muito abatida, a irmã de Abraão disse que o corpo do rapaz foi abandonado pelos militares em um dos acessos ao Hospital Getúlio Vargas na Penha, zona norte do Rio.
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