Parece até que a campanha eleitoral não acabou, que estamos em debate ao vivo na televisão entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). Em eventos distintos, a petista e o tucano disseram exatamente o contrário sobre a atual situação econômica do Brasil diante da crise que atinge a Europa. Dilma falou em “blindagem”, citando fatores positivos como a geração de empregos, o controle da inflação, a política de austeridade fiscal e a distribuição de renda. De fato, tirando a inflação, onde não há tanta certeza, são pontos que favorecem o país na resposta aos problemas econômicos. Mas quem prestar atenção vai perceber que Dilma não incluiu o crescimento em sua lista.
Já o ex-governador José Serra, em palestra a jovens empreendedores na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde se sente à vontade, afirmou que o Brasil ainda é “um país pequeno”. Economista, Serra citou dados estatísticos para embasar suas afirmações. Disse que o Brasil tem apenas 3% do Produto Interno do Bruto (PIB) mundial, 2% do comércio internacional e fica na 75ª posição no ranking da renda per capita. Antes de atacar duramente o ex-presidente Lula por não ter baixado as taxas de juros em 2008, na primeira crise, Serra fez justiça à história. Citou os longos períodos de inflação alta e de fechamento da economia para o exterior. Não citou, mas se referia a mudanças feitas pelos ex-presidentes Fernando Collor, que abriu a economia, e Fernando Henrique Cardoso, que era ministro da Fazenda e nunca fez muita questão de dar o devido crédito do Plano Real ao seu chefe na época, Itamar Franco.
Se esse é o debate, os dois lados estão errados. O que se vê nos dois discursos é que não se constrói um país em um único governo. É o conjunto da obra que faz a história. Todos estariam certos se soubessem reconhecer as virtudes de seus adversários.
Já o ex-governador José Serra, em palestra a jovens empreendedores na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde se sente à vontade, afirmou que o Brasil ainda é “um país pequeno”. Economista, Serra citou dados estatísticos para embasar suas afirmações. Disse que o Brasil tem apenas 3% do Produto Interno do Bruto (PIB) mundial, 2% do comércio internacional e fica na 75ª posição no ranking da renda per capita. Antes de atacar duramente o ex-presidente Lula por não ter baixado as taxas de juros em 2008, na primeira crise, Serra fez justiça à história. Citou os longos períodos de inflação alta e de fechamento da economia para o exterior. Não citou, mas se referia a mudanças feitas pelos ex-presidentes Fernando Collor, que abriu a economia, e Fernando Henrique Cardoso, que era ministro da Fazenda e nunca fez muita questão de dar o devido crédito do Plano Real ao seu chefe na época, Itamar Franco.
Se esse é o debate, os dois lados estão errados. O que se vê nos dois discursos é que não se constrói um país em um único governo. É o conjunto da obra que faz a história. Todos estariam certos se soubessem reconhecer as virtudes de seus adversários.