A Comissão Mista de Orçamento encontrou uma desculpa boa para justificar o aumento em R$ 2 milhões nas emendas individuais dos deputados e senadores. Obrigou que eles fossem aplicados na área de saúde. Com isso, ajuda o relator Arlindo Chinaglia (PT-SP) a cumprir a exigência mínima de aplicação no setor. Com as emendas individuais, ele soma mais R$ 1,6 bilhão. Juntando mais R$ 2,1 bilhões das emendas coletivas, Chinaglia fica mais aliviado para cumprir a determinação constitucional.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
De aviso prévio e ao seu tempo
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que tinha prometido falar pouco, não perdeu a oportunidade de avisar que cabe à presidente Dilma Rousseff – e somente a ela – a decisão de manter ou não o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no cargo. “Ele continua trabalhando”, disse Carvalho. Parte do PDT, partido do qual Lupi é presidente nacional licenciado, chegou a pedir a sua saída, embora uma ala majoritária continue apoiando a sua permanência. Só que Lupi está mantido na equipe de Dilma porque sua hora não chegou. A presidente não quer mais se pautar pela mídia e não forçará demissões. No caso de Lupi, o caso também perdeu força nos últimos dias nos jornais. Ele fica, só não sabe até quando.
Dilma sabe. Ela vai aproveitar a reforma ministerial para resolver essa e outras pendências. Se tirasse Lupi agora, Dilma provavelmente seria obrigada a manter a pasta com o PDT. Mais à frente, pode abrigar o partido em outro ministério. Até porque estará fazendo outras mudanças, a começar pelos ministros que sairão para se candidatar nas eleições municipais do ano que vem. O ministro da Educação, Fernando Haddad, por exemplo, já foi lançado oficialmente pelo PT pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. Outros virão.
Mais que resolver pendências de ministros desgastados ou candidatos, Dilma Rousseff deve aproveitar a reforma ministerial para dar a sua cara ao governo, o que passa pelo enxugamento do número de ministérios. As secretarias de Direitos Humanos, de Igualdade Racial e de Mulheres, por exemplo, devem ser fundidas em uma só pasta. Exageros também devem ser contidos. Por exemplo, não faz sentido ter um Ministério dos Transportes e outro de Portos. O segundo deve ser fundido ao primeiro, assim como o da Pesca deve voltar ao Ministério da Agricultura. Por isso, Dilma não tem pressa, é ligeiramente lesada. Fará tudo ao seu tempo.
Ministra ambiental
A meiga ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, não perde o bom humor para classificar as situações que enfrenta no Ministério do Meio Ambiente, quando tenta construir consenso entre atores em conflito. “Não adianta ficar eco-histérico, biodesagradável ou ser um xiita da indústria. Quem gosta de conflito e briga é jornal. Eu planto orgânico. Busco construir o consenso”, afirmou ontem, em palestra na Fiemg. Ao responder a uma pergunta de uma participante, Izabella pediu-lhe que não ficasse ecoansiosa. Por fim, comentou a própria idade – contrapondo-se aos “atletas e jovens sarados” que gostam de visitar os parques nacionais: “Eu já estou tombada pelo patrimônio ambiental”.
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